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Como é o turismo no Peru?

Uma das principais dicas de viagem que posso dar a alguém que está seguindo para o Peru é entender a dimensão do país. Nós, brasileiros, vivemos num país de proporção continental e facilmente julgamos mal a riqueza cultural de outros territórios por serem muito menores (e, a bem da verdade, a maior parte dos países serão, o Brasil é o quinto maior do mundo).

Mesmo que o território peruano seja cerca de seis vezes menor que o do Brasil, a riqueza da cultura e natural no Peru é gigantesca. Estamos falando de um turismo peruano que fornece bem experiências culturais, culturais, espirituais e de aventura.

Embaixo você confere um panorama geral, feito para cada tipo de viajante:

Experiências de cultura no Peru

A título de curiosidade cultural sobre o Peru, saiba que por lá existem mais de três mil celebrações comemoradas ano a ano, construídas ao longos do milênios de ocupação humana no território. 

São influencias fortes das práticas espirituais ancestrais dos povos originários dos Andes, da chegada dos católicos, dos povos africanos e das cerimônias típicas dos colonos espanhóis.

Aqui embaixo, separei um panorama geral com as três principais celebrações da cultura peruana para você incluir no seu roteiro:

Inti Raymi

Considerada um dos principais eventos anuais da cultura do Peru, é uma sequência de festividades que nasceu há seis séculos para homenagear Inti (o Deus Sol) agradecendo pela colheita do ano anterior. A cidade inteira vira um palco a céu aberto durante todo o mês de Julho. É um dos auges do turismo peruano — e, claro, Cusco (onde ela acontece) fica apinhada de gente. | Foto: Nyal & Maryanne (reprodução)

Festa da Virgem da Candelária

Acontece em Puno e é uma enorme festa da cultura peruana para homenagear a padroeira da cidade. Uma curiosidade cultural do Peru é que esta festividade combina tanto as tradições quéchua quanto as católicas, entregando música, cor e dança. Ela acontece em fevereiro. | Foto: Paula Soler Moya (reprodução)

Corpus Christi

Assim como o Brasil, os peruanos também tem essa celebração católica como parte da cultura. Ela acontece 60 dias após a pásca e o principal destino é Cusco, onde as ruas ficam decoradas com flores e tapetes feitos à mão. Dica de viagem: se quiser ver a saída das imagens, busque ficar na Plaza de Armas logo no começo da manhã. | Foto: Karl Norling (reprodução)

Arquitetura pré-hispânica peruana: das 'pirâmides Incas' às cidades sagradas

Vamos ser claros, os incas jamais construíram ‘pirâmides’ no significado à lá egípcia da coisa.

Enquanto os povos do rio Nilo usaram estas construções majestosas como túmulos faraônicos, os incas se dedicaram a construir estruturas em degraus que funcionavam como templos. Os altares principais ficavam no topo.

Sítio arqueológico proximo de Trujilo, onde estão os templos de Huacas del Sol e la Luna | Foto: Maria Victoria Rodriguez (reprodução)


Curiosidade cultural: boa parte das tais pirâmides incas não foram construídas por eles, mas sim por povos ainda mais antigos que foram conquistados pelos incas.

A estrutura piramidal se repete porque esta é uma estrutura estável para construir grandes edifícios quando você quer alcançar o céu com pedras. E isso é parte da beleza de observar, principalmente se você é arquiteto ou engenheiro, a beleza das estruturas incas.

Usando pedras cortadas com precisão cirúrgica, os incas e povos pré-incas levantaram terraços, fortalezas e cidades inteiras integradas à paisagem íngreme dos Andes. Há mais de uma dezena de sítios arqueológicos incríveis no Peru. Então, uma das minhas principais dicas de viagem pelo história arquitetônica o Peru é visitar os seguintes sítios arqueológicos:


  • Machu Picchu: talvez o sítio arqueológico mais conhecido dos Andes, construído no centro da cordilheira e mostrando a sabedoria dos antigos povos andinos em construir estruturas que iam escalonando na paisagem;
  • Caral: os vestígios da cidade mais antiga do Peru e centro dos incas nas américas, incluindo um grande complexo de ruínas que incluem um anfiteatro, fornos cerimoniais e edifícios residenciais;
  • Huacas del Sol y la Luna: uma das maiores demonstrações sobre a resistência das construções feitas com adobe. São dois templos (um acima do outro) construídos no material pelo povo moche há mais de mil anos.
  • Huaca Pucllana: pirâmide de adobe e argila bem no bairro Miraflores de Lima, facilitando bastante a integração da ideia de visitar um sítio arqueológico com o fluxo de um roteiro mais tradicional pela cidade.
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Turismo de aventura no Peru

O território peruano é carregado de contrastes geográficos. E reside aí uma dezena de palcos para experiências de aventura no país. Estamos falando de cumes nevados que superam fácil os 6000 metros de altitude, sandboard nas dunas, trekking pelas selvas, rafting pelos andes e a costa banhada pelo Pacífico, maravilhosa para quem pratica surf.

As práticas de medicina ancestral andinas

Não são poucos aqueles que chegam ao Peru em busca do conhecimento ancestral dos andinos. Assim como em muitas partes do Brasil, no país é forte o resgate de práticas de cura enraizadas nas tradições milenares dos povos originários.

É interessante comentar que a medicina andina é mais do que um punhado de receitas de ervas maceradas para curar o corpo. Ao contrário, ela envolve um conjunto completo de técnicas e conceitos para entender a saúde como parte de um fino equilibrio que envolve: corpo, mente, espírito e o ambiente.

Aqui cabe uma das nossas dicas de viagem pelo Peru que cabem tanto em uma questão de segurança quanto na busca por experiências honestas/autênticas: procure profissionais diretamente envolvidos com as comunidades e com os povos de onde o conhecimento veio.

 

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A biodiversidade da floresta amazônica

Para os observadores de natureza que viajam em busca de se inteirar sobre novas espécies de fauna e flora, o Peru é um dos territórios mais bem vindos da América — é um dos mais biodiversos do planeta.

Dicas de destinos para viagem com foco na observação da natureza do Peru são a Reserva Nacional Tambotapa (que, inclusive, tem vários pontos equipados para camping) e a Reserva Nacional Pacaya Samiria. 

Na Amazônia peruana você encontra uma grande variedade de espécies que são raríssimas. Confira abaixo algumas delas:

A gastronomia peruana

A gastronomia peruana é incrível. Se dividindo entre a andina, a costal e amazônica, foi construída ao longo de milênios. Ela agregou os conhecimentos dos povos andinos, as receitas dos colonos espanhóis, técnicas africanas e, mais recentemente, fortes influências italianas e japonesas.

Essa mistura de influências teve consequências profundas na variedade de preparos do país, que se aproveita da riqueza de ingredientes frescos e nativos. A base principal delas envolvem as pimentas (ajíes), a batata, milhos (sim, no plural), peixes e frutos do mar.

Alguns pratos icônicos já chegaram ao Brasil — como o Ceviche—, mas esses sabores não passam de pequenas dicas do que você vai encontrar em uma viagem pela gastronomia do Peru.

Alguns preparos você realmente só encontra no Peru como o Lomo Saltado (nascida da fusão com a culinária chinesa), as Papas a la Huanaína (batatas em um molho estranhamente cremoso com pimenta amarela, leite e queijo) e o Chupe de Camarones (sopa comum de Arequipa, a base de camarão, batata, milho, leite e ovos). Além deles, a comida de rua peruana também reserva suas surpresas e recomendo que tente conhecê-la!

A gastronomia peruana tem ganhado muito destaque na mídia por conta do recente boom do circuito de restaurantes de Lima, movido por chefs como Gastón Acurio (do Astrid & Gastón), Virgilo Martinez (do Central) e de Mitsuharu Tsumara (do Maido).

Qual a melhor estação para visitar o Peru?

No geral, a melhor época para visitar o Peru é de maio a setembro. Estes meses correspondem ao que é a tal ‘estação seca’ do Peru. Mas é importante informar que isso aqui parte do pressuposto que você visitará os destinos mais comuns do Peru como Cusco, Machu Picchu, Colca e Lima.

Principalmente em junho, julho e agosto, acontecem dezenas de festivais e eventos culturais nas principais cidades peruanas (como o Inti Raymi, que mencionamos acima). As estruturas turísticas estão todas abertas e os serviços plenos.

Essa combinação de tempo seco e estrutura turística no auge é o que torna o período o mais procurado pelos turistas.

Dicas climáticas para planejar sua viagem pelo Peru: não pense muito em verão, outono, inverno e primavera. Por uma série de particularidades regionais, climáticas e geográficas, é melhor você pensar numa divisão apenas em estação seca ou estação chuvosa.

Mas é interessante lembrar que o Peru tem basicamente três grandes regiões e cada uma dela vai refletir nas estações de maneira diferente. Alguns exemplos:

A estação seca

A região costeira do Peru fica interessante para visitação durante o inverno, mas permanece fria, úmida e muito nublada. A capital peruana, Lima, fica nesta região e nessa época fica tomada pela famosa “Garúa”: basicamente tudo fica tomado por neblina.

Nos Andes o inverno Peruano deixa tudo perfeito:fica seco, mais ensolarado e bem interessante para visitação.

Isso é particularmente especial se você quer visitar Cusco e Machu Picchu. Além de ficar mais fácil para caminhar sem tomar chuva todo fim de tarde, também é um período em que se concentram muitas festividades tradicionais — como as comemorações de Inti Raymi que mencionamos antes.

A Amazônia peruana fica mais fácil de ser visitada, mas não é exatamente a estação em que ela fica mais bonita. Infelizmente, aqui é uma equação de auge amazônico versus facilidade para o turismo.

A estação chuvosa

Como no Brasil, o verão peruano favorece as experiências de praia na costa. Aliás, é quando acontecem as ondas mais altas (dica de viagem para quem está incluindo surfistas no grupo).

Porém, nos Andes, não pode haver pior época para visitar. As chuvas são fortes, frequentes e inúmeras trilhas sequer ficam abertas. A Trilha Inca para Machu Picchu, por exemplo, fecha para manutenção em fevereiro.

A Amazônia peruana alcança seu ponto mais bonito durante o verão. Com as chuvas, a mata fica mais forte e começa a florir, frutificar e trazer à tona dezenas de espécies de aves. Entretando eles chegam acompanhados de muitos mosquitos, trilhas lamacentas e muitas áreas inacessíveis pelos caminhos mais seguros.

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Quanto custa uma viagem para o Peru

Por ser um país vizinho e ter uma moeda razoavelmente equiparável com o Brasil (o sol peruano, moeda do país, equivale a cerca de R$ 1,57*), é possível planejar viagens para orçamentos mais apertados. E, mesmo que você opte por experiências *premium*, estão longes de custar os mesmos valores de serviços equivalentes na Europa.

O custo de hospedagens no peru varia muito em preço, mas no geral também são bem convidativos para os brasileiros e você consegue diárias econômicas em hotéis três estrelas por pouco mais de R$ 500*. Também é possível adquirir experiências ainda mais sofisticadas em hotéis *boutique*, como o Andênia, por preços ao em torno de R$ 1.200*.

Fica difícil precisar quanto vai custar a alimentação na sua viagem para o Peru, pois isso depende mais da cidade onde você vai ficar. Mas é possível comer bem com orçamentos diários ao entorno de R$ 78-140 reais/dia. Mas atenção, é importante observar que os preços variam em mais de 25% de uma cidade para outra, em especial se estiver falando de Lima (onde os preços alcançam o pico).

Quanto aos preços de passagens para o Peru, saiba que os principais aeroportos brasileiros já têm voos diretos para o Peru. O vôo de São Paulo para Lima, ida e volta, você consegue a partir de R$ 2.000* pesquisando em plataformas como o Passagens Promo. A média de horas de voo do Brasil para o Peru é de pouco mais de cinco horas. 

Chegando lá, recomendamos fortemente que se desloque em passeios fechados com empresas do setor ou em excursões. O sistema de táxis não é muito bem regulamentado no país e pode ser bem arriscado de você passar perrengue em veículos com pouca segurança.

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As melhores hospedagens

Neste post, a Rayssa Cunha e a Claudia Birolini mapearam algumas das melhores opções de hotéis para onde você ficar no Peru, e dão dezenas de outras dicas de como aproveitar melhor alguns dos principais destinos que farão parte da sua viagem no Peru.

Duvidas comuns

Como lidar com o mal de altitude naturalmente?

Embora cidades como Lima e Cusco tenham demorado para aderir ao movimento vegano, hoje eles se aproveitam bem da riqueza de alimentos vegetais do país para fazer preparações incríveis. E você não deixará de conhecer as principais técnicas da culinária peruana, que foram adaptadas em preparos como o ceviche de palmito e lomo saltado a partir de cogumelos shitake.

Se você brasileiro ou de algum outro país que faça parte do Mercosul, não é necessário visto e sequer passaporte. Basta apresentar o documento de idade, como o RG ou o novíssimo CIN.

O mal de altitude é conhecido no país como “soroche” e é bem comum em regiões mais altas como Cusco e Machu Pichu. Dicas:  não seguir passeando assim que chegar na cidade (deixe seu corpo acostumar-se) e não deixe de aproveitar os chás e balas de coca disponíveis nos hotéis (eles funcionam).

É seguro viajar para o Peru?

Sim, é seguro viajar para o Peru.

Após um período político conturbado (entre 2022 e 2024), o Peru segue em relativa paz e as manifestações políticas estão longe de voltar a ser um problema para turistas como foram na época. Mas vale a pena ficar de olho durante a viagem como faria em qualquer destino nacional, pois golpes e pequenos furtos são extremamente comuns.

Mais uma das nossas dicas de segurança de viagem pelo Peru é  lembrar qe o país famoso por suas trilhas magníficas e nem sempre elas são bem-sinalizadas ou sequer indicadas para seguir sem guia. Não arrisque e contrate um guia, assim você segue em segurança pela trilha e ainda houve bastante da histórica local.

Não é obrigatório seguro de viagem para entrar no Peru, mas é extremamente recomendado. Aliás, dá para pesquisar e comparar preços clicando aqui. Apesar da propaganda rápida, a recomendação é sincera: seja pela Seguros Promo ou pela concorrente, contrate um seguro-viagem.

Você consegue um seguro-viagem por até R$ 10/dia e te dão cobertura caso passe mal. É bom observar que o sistema de saúde do Peru não é gratuito para turistas. Podem te atender em casos de emergência, mas em qualquer outro caso você está por conta — isto num país onde o mal de altitude é comum, tal como surtos de dengue, e consultas médicas podem sair bem caras.

O Peru tem três línguas oficiais (além do espanhol, o quéchua e o aimará). Mas se você souber o básico de espanhol, consegue de viajar de forma independente pelo país. Mas, assim como no Brasil, a região amazônica explode em variedade de idiomas.

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Essas foram as nossas principais dicas de viagem pelo Peru. É claro que é impossível trabalhar tudo que se precisa saber sobre esse destino apenas em um único conteúdo. Ainda assim, espero que elas te ajudem a planejar o seu roteiro.

Se você gostou deste conteúdo, atenção: nas próximas semanas lançaremos mais materiais com foco no país andino!

Enquanto isso, que tal conhecer algumas das outras matérias no Dona Arquiteta de destinos na América Latina?

Se você ficou com alguma dúvida ou quer deixar sua sugestão, aproveite o espaço de comentários aqui em baixo e nos deixe saber!

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Referências:

Fernando França

Formado em Gestão Empresarial, apaixonado por Design, escritor por vocação. Fernando tem mais de 7 anos de experiência gerenciando e desenvolvendo negócios na área de Gastronomia. Eterno pesquisador de tendências, devora informações sobre projetos que unem estética, função, empatia e sustentabilidade. Veio ao projeto Dona Arquiteta para contribuir com o que pode haver de melhor sobre o assunto.

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