Outubro em Londres tem uma cadência particular. As árvores do Regent’s Park começam a dourar e, por poucos dias, o parque se transforma num polo cultural de influência global . É quando a Frieze Art Fairs ocupa o calendário cultural com mais de 280 galerias e uma arquitetura efêmera que se renova a cada edição, moldando a experiência como parte das obras.
A Frieze Art Fair se propõe a ser mais do que apenas uma feira: seu pavilhão tem a estrutura reinventada todo ano e vira palco onde arte e espaço conversam desde 2003. Ver galerias pioneiras emergir sob um design em diálogo com o entorno é mergulhar num universo onde arquitetura efêmera dita ritmo e sensação.
Na Frieze Art Fair, o que está em jogo não é apenas o que se vê, mas como se organiza a experiência. Curadoria, escala, percursos: tudo interessa a quem projeta. Entre uma instalação e um intervalo, surgem ideias.
Continue lendo nosso artigo para entender.
Quando Amanda Sharp e Matthew Slotover lançaram a Frieze Art Fair – também conhecida como Frieze Londres – em outubro de 2003, o objetivo não era apenas criar mais uma feira de arte, mas estabelecer um ponto de inflexão no cenário cultural britânico. Sediada em Regent ‘s Park, a iniciativa integrou a linguagem crítica da Frieze Magazine (fundada em 1991) com o formato de evento, potencializando sua identidade editorial na paisagem urbana.
O crescimento foi rápido de 124 galerias e 27.700 visitantes na estreia, a feira saltou para mais de 105.000 frequentadores em 2016. Em pouco tempo, padrões foram estabelecidos — incluindo os primeiros programas de comissionamento de obras e debates in loco, marcando o que se esperaria de um evento que era, simultaneamente, mercado, crítica e exibição curatorial .
A trajetória se expandiu naturalmente. A partir de 2012, o lançamento de edições em Nova York e de uma versão histórica em Londres — a Frieze Masters — consolidaram a marca como plataforma global . Seguiram-se Frieze Los Angeles (2019) e Seul (2022), além da aquisição de feiras como Armory Show e EXPO Chicago em 2023. Esse movimento transformou o modelo original em referência para profissionais que buscam entender como uma feira pode combinar impacto crítico, relevância histórica e expansão planetária.
Curioso sobre como essa evolução redefine o olhar de arquitetos e designers brasileiros? Continue lendo para descobrir uma análise detalhada das seções do evento — incluindo o diálogo entre passado e presente, estratégias curatoriais e oportunidades de imersão profissional.
A Frieze Londres não ocupa apenas um parque — ela o transforma temporariamente. O pavilhão, instalado anualmente, é uma construção desmontável, comissionada a escritórios de arquitetura e design que assumem o desafio de criar uma estrutura funcional, adaptável e visualmente coerente com o espírito do evento.
Não se trata de um galpão neutro: o layout influencia diretamente a circulação, o tempo de permanência e até mesmo a leitura das obras. Ao longo dos anos, os projetos têm incorporado preocupações com sustentabilidade, modularidade e interação com o entorno paisagístico.
A arquitetura efêmera do pavilhão da Frieze Art Fair, em Londres, foi redesenhada recentemente pelo escritório A Studio Between. No ambiente de Frieze London, projetos emergentes ganham visibilidade — enquanto a Frieze Masters dialoga com legados históricos, formando um contraste vivo entre o novo e o antigo.
Para profissionais do espaço, essa arquitetura transitória é um campo fértil de observação: como se monta uma experiência estética coletiva dentro de um prazo curto, com impacto visual e precisão logística?
Nos próximos trechos, vamos explorar as sessões mais relevantes do evento.
Na Frieze Londres, três frentes convidam olhares projetuais além das galerias: Focus, Frieze Projects e Sculpture Park, moldando a vivência visual no festival de arte em Londres.
A Focus apresenta galerias fundadas após 2004, oferecendo janelas sobre práticas emergentes de algumas das galerias mais inovadoras da atualidade orientadas por curadoria crítica.
Já a Frieze Projects ativa o parque com instalações inéditas, comissionadas para dialogar com o espaço público.
No Sculpture Park, obras ao ar livre dialogam com o entorno natural. Ver como peças tridimensionais interagem com sol, vento e percursos do público abre pistas sobre materialidade, escala e estrutura em cenários reais.
Prossiga na leitura e descubra tendências emergentes arquitetura, design e espacialidade.
A Frieze Londres amplia perspectivas com a Frieze Masters, onde seis mil anos de arte — desde antiguidades até ícones do século XX e mostras individuais imersivas — são apresentados lado a lado em Regent’s Park.
Lançada em 2012 como contrapeso ao contemporâneo, essa feira surge como ponto de encontro entre pesquisa histórica e discurso atual, confirmando que narrativas do passado podem ser rearticuladas com o presente .
Para arquitetos e designers, cada objeto — a cerâmica antiga, o quadro icônico — torna-se elemento de estudo: como formas se atravessam no tempo, reinventam contextos e inspiram materialidades em novos projetos.
Siga adiante no artigo para entender como a Frieze Masters avança pistas práticas e conceituais que podem ser incorporadas no repertório profissional.
Na Frieze Londres, a curadoria ganhou protagonismo: cada edição é guiada por múltiplos curadores, responsáveis por diferentes eixos temáticos. Essa curadoria destaca vozes muitas vezes marginalizadas, mas cada vez mais influentes.
Esse modelo fragmentado estimula diálogos simultâneos, por vezes, em tensão entre visões. O resultado é um mosaico emergente, nascido da articulação de linguagens visuais diversas.
Em 2024, o programa Smoke colocou a cerâmica contemporânea no centro do debate, conectando práticas ancestrais e narrativas diaspóricas. Ainda, a seção Artist-to-Artist mostrou como artistas consolidados estão promovendo nomes emergentes globalmente.
Paralelamente, a diversidade estética cresce: pintura figurativa reforçada, práticas africanas contemporâneas em evidência e mulheres surrealistas recebendo maior atenção. Esse é um sinal concreto de expansão de repertórios visuais.
Para arquitetos e designers, essa multiplicidade oferece insights sobre como cruzar narrativas e materiais — uma lente prática para repensar projetos disciplinares.
A presença brasileira na Frieze Londres ainda é pontual: em edições recentes, apenas algumas galerias, como Mendes Wood DM e Vermelho, participaram, representando artistas contemporâneos latino-americanos.
Mendes Wood DM, fundada em 2010, trouxe ao evento obras de artistas brasileiros contemporâneos, incluindo vozes afro-brasileiras que ganham espaço internacional. Já Vermelho está presente com múltiplas gerações artísticas de relevância histórica e visual.
Outras participações nacionais de destaque foram: a artista Ayla Tavares, que colaborou na seção de cerâmica ‘Smoke’ curada por Pablo José Ramírez, e Adriana Varejão, que fez participação na Frieze Masters 2024, explorando a história e a materialidade do azulejo.
Em 2025, o Brasil estará presente na seção “Echoes in the Present” (Ecos no Presente). A nova seção, com curadoria de Jareh Das, explora as conexões entre artistas contemporâneos do Brasil e da África, e suas diásporas. Os artistas participantes serão Tadáskía, Aline Motta, Alberto Pitta e Diambe.
Participar da Frieze não é apenas visitar uma feira: é fazer parte de um movimento que transforma o modo como percebemos o mundo através da arte. Para arquitetas e designers brasileiras, trata-se também de ocupar espaços ainda pouco acessados com olhar crítico, sensível e posicionado.
Se você busca uma viagem que combine estímulo estético, repertório técnico e inspiração profunda, a Frieze pode ser o próximo destino do seu calendário. Por isso, abaixo você pode conferir a curadoria da Dona Arquiteta dos melhores hotéis em Londres.
Logo ao chegar à Frieze Londres, o The London Edition evoca algo mais do que acomodação boutique; trata-se de uma obra de arte projetado por Ian Schrager com o estúdio Yabu Pushelberg, recriando, no coração de Fitzrovia, um híbrido entre galeria e hospedagem.
Tecidos texturizados e madeira escura ecoam o passado georgiano, ao lado de janelas amplas e elementos de design contemporâneo. A proximidade ao Regent ‘s Park permite deslocamentos a pé Além disso, experiências gastronômicas no Berners Tavern e no Punch Room oferecem ambientes ideais para networking entre profissionais criativos.
Endereço: 10 Berners St, London.
Preços: A partir de R$595,48* [diária, casal]
Acessibilidade: Oferece instalações para cadeirantes.
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O NoMad London propõe uma interpretação contemporânea do antigo Bow Street Magistrates’ Court, transformando brutalismo histórico em elegância íntima. Preservando a imponência original, os espaços internos contam com traços curvos, acabamentos em madeira queimadas e atmosfera teatral.
Com acesso facilitado a três linhas de metrô e vizinhança da Royal Opera House, o hotel se torna base estratégica para quem combina tempo na Frieze com recortes culturais da cena teatral londrina.
Endereço: 10 Berners St, London.
Preços: A partir de R$595,48* [diária, casal]
Acessibilidade: Oferece instalações para cadeirantes.
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O 1 Hotel Mayfair introduz uma proposta sustentável. Entre os endereços de alto padrão em Londres, a hospedagem não busca impressionar pelo luxo tradicional, mas pelo compromisso com o planeta — e com o design como forma de cuidado.
Com mais de 1.300 plantas, paredes vivas, texturas naturais, e luz filtrada, o hotel promove uma arquitetura biofílica precisa, que imprime um repertório visual alinhado às discussões eco contemporâneas. A minutos das principais galerias e da Frieze Londres, o hotel o local reforça uma conexão entre arte, natureza e argumento estético.
Endereço: 3 Berkeley St, London.
Preços: A partir de R$1211,87* [diária, casal]
Acessibilidade: Oferece instalações para cadeirantes.
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O Inhabit Queen’s Gardens retira o minimalismo dos estúdios e concede a ele o espaço da vida cotidiana — um wellness hotel centrado no bem-estar e na leveza escandinava. Cada quarto combina paleta suave, objetos autorais e materiais naturais, promovendo silêncio sensorial.
O spa “Inhale” estrutura rotinas de bem-estar dentro de uma narrativa de design para serenidade. Localizado em Bayswater, a poucos minutos de Paddington, o hotel oferece o equilíbrio perfeito entre proximidade à Frieze Londres e uma retirada restauradora ao fim do dia, com yoga, sauna infravermelha e fitness studio.
Endereço: 1-2 Queen’s Gardens.
Preços: A partir de R$205,87* [diária, casal]
Acessibilidade: Oferece instalações para cadeirantes.
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Os ingressos devem ser adquiridos no site oficial do evento e estão disponíveis em quatro categorias:
Frieze Insider (acesso de vários dias para você e um convidado, visita guiada à feira, com foco especial na descoberta de artistas emergentes).
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