Você conhece o Montreux Jazz Festival? Talvez já tenha ouvido falar de um show cheio de personalidade à beira do Lago Genebra ou de artistas como Nina Simone, Prince e David Bowie fazendo história por lá.
Realizado desde 1967 em Montreux, na Suíça — criado por Claude Nobs, Géo Voumard e René Langelo — o festival surgiu sendo um evento de três dias no Montreux Casino dedicado ao jazz. Em mais de cinco décadas, o evento acumulou apresentações históricas, além de novos artistas que ampliam suas fronteiras, como Radiohead, Kendrick Lamar, Lizzo e Lady Gaga.
O festival até inspirou música: um incêndio durante uma dessas edições foi o que inspirou o Deep Purple a compor “Smoke on the Water”, após verem o cassino em chamas durante um show de Frank Zappa, em 1971. Hoje, o Festival Jazz Montreux é considerado um dos maiores encontros musicais do mundo, reunindo hoje mais de 250 mil pessoas por edição.
Considerado o segundo maior festival de jazz do planeta, atrás apenas de Montreal, o transforma a cidade em um dos palcos mais disputados do verão europeu, incorporando outros gêneros como o blues, soul e rock.
A história do Brasil no Montreux Jazz Festival começou em 1978, quando Gilberto Gil foi um dos primeiros artistas nacionais a subir ao palco suíço, abrindo caminho para uma relação que atravessa décadas. Desde então, o país ocupa uma posição única dentro da programação. O Brasil foi o país que mais esteve presente na história do evento.
“A tradição do jazz é que ele sempre muda”, disse um dos maiores nomes do jazz da atualidade, Robert Glasper.
O Brasil vem acompanhando estas mudanças com uma lista de nomes que representaram a diversidade do país. Nossa presença no Festival Jazz Montreux é extensa e inclui ícones como:
Gilberto Gil, por sua vez, virou personagem central nessa história: já contabiliza mais de 15 apresentações no evento, a última sendo em 2022 com a turnê “Aquele Abraço” com participação de toda família Gil. Esse número o coloca como o brasileiro mais presente no palco de Montreux até hoje.
Essa conexão se tornou tão forte que, a partir de 2019, o Rio de Janeiro passou a receber uma versão local do festival: o Rio Montreux Jazz Festival. Com shows gratuitos, palcos em diferentes pontos da cidade e foco em inclusão social, o evento brasileiro segue os princípios do original suíço, criando novas pontes entre artistas nacionais e o público internacional.
O Montreux Jazz Festival começou com apenas três dias de programação dentro do cassino da cidade, em 1967. Hoje, ocupa cerca de duas semanas no calendário de verão europeu, entre o início e meados de julho. O crescimento não foi apenas em duração: a estrutura também se expandiu para diferentes pontos de Montreux, aproveitando a geografia linear da cidade, com palcos distribuídos ao longo da orla do Lago Genebra e no Montreux Music e Convention Centre.
O público, que era de algumas centenas nas primeiras edições, passou para 75 mil nos anos 80, chegando a ultrapassar os 250 mil visitantes nos anos recentes. A audiência mistura locais, turistas suíços, fãs internacionais e curiosos que circulam pelos espaços abertos. Boa parte da programação é gratuita, o que torna o festival mais acessível.
Além dos palcos principais, como o Lake Stage e Cassino Stage, há espaços menores que recebem shows mais intimistas, jam sessions e workshops, além de uma enorme área dedicada à gastronomia. Conheça abaixo os detalhes.
Quem visita o Montreux Jazz Festival percebe rapidamente que a programação musical não é o único atrativo. Ao longo de 2.500 m² de área à beira do Lago Genebra, mais de 50 pontos gastronômicos ocupam o calçadão com uma variedade que atende diferentes públicos e horários.
As barracas e restaurantes temporários começam a funcionar ao meio-dia e seguem até o final das apresentações. Há desde lanches rápidos até espaços com cardápios elaborados por chefs convidados. Nomes como o Mamafe, com influências da culinária africana, e o Umamido, especializado em lámen e pratos da cozinha japonesa, marcam presença entre as opções mais procuradas.
Para quem busca alternativas vegetarianas ou veganas, o Garden Gourmet oferece pratos à base de plantas. Já o Barrio Fino leva ao festival sabores peruanos. Durante os intervalos entre um show e outro, o público se dispersa entre os bares, áreas de convivência e food trucks que ficam espalhados pela orla.
A localização estratégica, com vista para os Alpes, completa a experiência. A diversidade de menus, aliada ao formato acessível dos espaços, reforça o perfil multicultural do Festival Jazz Montreaux e acompanha a movimentação constante de pessoas de diferentes nacionalidades.
Você pode conferir o Bars & Restaurants Map aqui.
Ao circular pelo Montreux Jazz Festival, a variedade de palcos chama a atenção de quem busca música em formatos distintos. A programação gratuita acontece em espaços como a Lake House, uma construção de três andares que concentra shows, workshops, exibições de filmes e até uma biblioteca dedicada ao jazz e à música contemporânea.
O Memphis, dentro da própria Lake House, funciona como um clube com noites dedicadas a novos talentos do jazz, soul e blues. Outras áreas abertas ao público incluem o Ipanema, voltado para DJs e música eletrônica, o El Mundo, com programação de música latina, e o Palco Spotlight, que apresenta tendências pop e urbanas em shows noturnos ao ar livre.
Já para quem busca apresentações de nomes consagrados, os palcos pagos concentram os grandes shows. O Palco Lago, com capacidade para 5 mil pessoas, combina estrutura de arena com uma arquibancada coberta para cerca de 600 espectadores. Nomes como Alanis Morissette e J Balvin são destaques desta edição.
Outro espaço de acesso com ingresso é o Palco Cassino, com capacidade para 1.300 pessoas, que traz uma programação de artistas contemporâneos em diferentes estilos. A história do Festival Jazz Montreaux se cruza com a arquitetura do Cassino, que já foi palco de momentos históricos da música e mantém essa conexão com o público atual.
No Cassino Stage, brasileiros marcam presença no 5 de julho, sábado, com Seu Jorge e Anavitória. Outros nomes de destaque são:
Já no Lake Stage, o público terá a chance de ver artistas como:
Quem busca programação gratuita vai encontrar uma agenda movimentada no Ipanema, com DJs de diferentes estilos da música eletrônica, e no El Mundo, principalmente no dia 5 de julho, com o United Colors of Brasil, com ritmos brasileiros em formato de apresentações ao vivo e sets de DJs. A combinação de shows gratuitos e pagos mantém o Festival Jazz Montreaux fiel à proposta de misturar públicos e estilos em diferentes horários e formatos.
Planeje-se, conferindo a programação completa aqui.
Procurando onde ficar em Montreux? A Dona Arquiteta tem uma seleção de hotéis boutique na cidade com opções em vários estilos.
O Grand Hotel du Lac foi projetado em 1868 pelo arquiteto suíço Ernest Burnat e, anos depois, passou por uma reforma completa assinada por Pierre-Yves Rochon, conhecido por atualizar clássicos da hotelaria europeia. O prédio mantém linhas do século XIX, mas os interiores ganharam nova escala, com soluções que favorecem luz, materiais de qualidade e cores neutras.
Elementos como a grande arca chinesa que divide o bar e o salão oriental trazem pontos de contraste ao projeto. Durante o Montreaux Jazz Festival, o terraço voltado para o lago vira um espaço movimentado para refeições ao ar livre. O restaurante serve pratos de estação, com destaque para ingredientes de pequenos produtores suíços. A estrutura inclui piscina, spa e suítes com vista para o lago ou para os Alpes.
Endereço: Rue d’Italie 1, 1800 Vevey.
Preços: A partir de US$594* [diária, casal]
Acessibilidade: Possui instalações para pessoas com deficiência.
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O Tralala Hotel ocupa um prédio do século XVII no centro histórico de Montreux, a poucos minutos do lago. Renovado em 2023 por NOR Architectes e Estelle Mayer, cada um dos 36 quartos presta homenagem a um artista do Montreux Jazz Festival — espere referências visuais a nomes como Miles Davis e David Bowie.
A decoração segue a paleta vermelha, branca e preta, com grandes retratos e mobiliário de design contemporâneo. Há bar, restaurante com ingredientes regionais, lounge vibrante e um mobiliário que dialoga entre o histórico e o moderno, com café da manhã em ambiente convidativo.
Endereço: Rue du Temple 2, 1820 Montreux.
Preços: A partir de US$385* [diária, casal]
Acessibilidade: Não possui instalações específicas para pessoas com deficiência.
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Localizado na Vallée de Joux, o Hotel des Horlogers foi projetado pelo Bjarke Ingels Group junto à CCHE e inaugurado em 2022 para acolher visitantes do vizinho Musée Atelier Audemars Piguet. A edificação segue a topografia em cinco faixas em “Z”, conectadas por um vão contínuo que substitui o elevador e favorece a circulação fluida.
O interior, assinado pela AUM, explora madeira e pedra, valorizando luz natural e elementos que ecoam a floresta Risoud. Conta com 50 quartos, dois restaurantes do chef Emmanuel Renaut, bar, spa e salas de eventos. Certificado Minergie‑ECO, o projeto equilibra sustentabilidade, tipologia inovadora e conexão arquitetônica com o universo da alta relojoaria suíça.
Endereço: Route de France 8, 1348 Le Brassus.
Preços: A partir de US$465* [diária, casal]
Acessibilidade: Possui instalações para pessoas com deficiência.
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O Volkshaus Basel reintroduz sua grandiosidade original ao oferecer um programa integrado: hotel, brasserie, bar, pátio arborizado e salas de eventos, tudo projetado pelo escritório Herzog & de Meuron. Inaugurado em 2020 na ala histórica que remonta a 1925, o edifício recupera janelas originais, mosaicos e colunas típicas da década de 1920, restaurando a identidade arquitetônica da construção.
Os quartos combinam simplicidade refinada com materiais acolhedores: dorso em madeira escura, piso de terrazzo e papel de parede com gravuras inspiradas no século XVII. O volume que abriga banheiro e armário é estruturado em madeira negra com janelinhas ovais, criando um diálogo contemporâneo com a arquitetura histórica. No lobby, o uso de mosaicos e obras de arte reforça a atmosfera de galeria vivida no coração de Kleinbasel.
Endereço: Centro Histórico de Kleinbasel, 4058 Basileia.
Preços: A partir de US$931* [diária, casal]
Acessibilidade: Possui instalações para pessoas com deficiência.
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O Hotel Palafitte, inaugurado em 2002 para a Expo.02, foi idealizado pelo arquiteto Kurt Hofmann em parceria com a École hôtelière de Lausanne. Instalado sobre estacas no Lago Neuchâtel, apresenta 38 pavilhões — sobre a água e à beira do lago — cada um com terraço privado e acesso direto ao espelho d’água.
A integração com restos arqueológicos locais reforça seu posicionamento como obra arquitetônica única. Os interiores seguem uma linha contemporânea, com banheiras spa, lareira nas suítes e instalações com tecnologia avançada. O restaurante La Table de Palafitte serve pratos sazonais com ingredientes regionais, enquanto o bar e lounge complementam o ambiente refinado. Com espaços para eventos e fitness center, o hotel oferece um equilíbrio entre design visionário, conforto e contexto local.
Endereço: Route de France 8, 1348 Le Brassus.
Preços: A partir de US$465* [diária, casal]
Acessibilidade: Possui instalações para pessoas com deficiência.
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O Montreux Jazz Festival vai muito além da música: ocupa a cidade com arte, gastronomia, encontros e arquitetura. Se você busca viver o verão europeu de forma intensa, com dias cheios e noites marcadas por grandes shows, vale acompanhar a programação e garantir sua hospedagem com antecedência. Montreux sabe receber — e o festival confirma isso a cada edição.
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referências
*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.
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