A cidade de Nápoles inaugurou oficialmente em 11 de setembro a estação Monte Sant’Angelo, primeira parada da Linha 7 do metrô napolitano, concebida pelo renomado artista britânico-indiano Anish Kapoor em colaboração com o estúdio londrino AL_A, liderado por Amanda Levete. O projeto, que levou mais de duas décadas para ser concretizado desde sua concepção inicial em 2003, representa uma fusão radical entre arte contemporânea e infraestrutura urbana funcional.
A estação presenta duas entradas distintas que funcionam como esculturas monumentais integradas ao tecido urbano do distrito Traiano. A entrada principal, voltada para a universidade, foi construída em aço corten com superfície rugosa e emerge do solo como uma forma orgânica primordial, medindo 18,91 × 19,5 × 42,5 metros. A estrutura “aparenta oferecer uma descida ao submundo tanto quanto uma entrada para uma estação de trem para sua jornada cotidiana”, conforme descrito pela equipe do artista.
A segunda entrada, localizada em Traiano, apresenta características opostas: uma forma tubular lisa em alumínio, afundada no solo com dimensões de 11,04 × 11,9 × 39,2 metros. A entrada evoca um vazio no solo e corresponde aos seus arredores de baixa altura. Ambas as estruturas conectam-se a uma rede de túneis previamente abandonados, integrados ao novo sistema de transporte metropolitano.
Kapoor fundamentou seu conceito criativo na geografia vulcânica da região e nas referências literárias clássicas. “Na cidade do Monte Vesúvio e da entrada mítica de Dante ao Inferno, achei importante tentar lidar com o que realmente significa ir ao subsolo”, explicou o artista. O projeto explora três elementos centrais da pesquisa de Kapoor: o objeto mitológico, o corpo humano e o vazio, transformando esses conceitos em escala arquitetônica urbana.
O desenvolvimento técnico enfrentou múltiplos desafios ao longo de sua execução. Iniciado em 2008, o projeto foi interrompido em 2011 devido a disputas legais, sendo retomado apenas em 2016. A entrada em aço corten foi instalada em 2022, enquanto a estrutura de alumínio havia sido posicionada em 2017, demonstrando a complexidade logística e administrativa envolvida em projetos de arte pública de grande escala.
A inauguração marca um marco significativo no programa “estações de arte” de Nápoles, iniciativa que transformou o sistema metropolitano da cidade em uma galeria subterrânea de arte contemporânea. O projeto, sob responsabilidade técnica da EAV (Ente Autonomo Volturno), representa investimento substancial na regeneração cultural do distrito Traiano, tradicionalmente considerado área periférica da metrópole.
A estação Monte Sant’Angelo integra-se ao panorama internacional de infraestruturas culturais híbridas, posicionando Nápoles como referência em projetos que transcendem a funcionalidade básica do transporte público. Kapoor enfatiza a natureza artística predominante da intervenção.
A conclusão do projeto reforça a tendência contemporânea de integração entre arte pública, arquitetura e planejamento urbano, estabelecendo novo paradigma para futuras iniciativas de infraestrutura cultural em centros metropolitanos europeus.
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