Cusco

Viagem para Cusco: roteiro, onde ficar e onde comer

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Imagine chegar a uma cidade onde muros incas perfeitamente encaixados sustentam fachadas coloniais? Essa fusão cultural, tão latente na arquitetura de Cusco, faz da cidade um dos destinos mais autênticos da América do Sul.

A atmosfera do centro histórico, com suas pedras milenares, contornos coloniais e cafés contemporâneos é perfeita para acolher quem vem de fora. Uma viagem para Cusco oferece à mulher moderna inspiração estética e cultural, além de um seguro refúgio para aproveitar os roteiros com sensibilidade e autonomia.

Como se localizar em Cusco

As divisões regionais do Peru são diferentes das nossas. Dentro do país existem os Departamentos, dentro deles as Províncias e estas são divididas em Distritos.

Quando se fala em viagem para Cusco, está se referindo à capital da Província. Toda província tem uma cidade capital, que fica dentro do distrito. Confuso, eu sei. Mas é importante que você entenda para fazermos essa viagem. Observe a tabela abaixo:

PaísPeru
DepartamentoCusco
ProvínciaCusco
DistritoCusco
CapitalCusco

Nosso roteiro passará pela capital, pelo distrito e províncias vizinhas. Vamos lá?

Roteiro em Cusco – 4 dias

Dia 1 – Centro Histórico e Plaza de Armas

As esculturas em madeira expostas no Hilario Mendivil Museum tem uma identidade marcante: longos pescoços inspiradas nas lhamas. | Foto: E F Mella (Reprodução)

Enquanto se acostuma com o ar rarefeito da altitude, caminhe pelo Centro Histórico da cidade de Cusco. A Plaza de Armas é um retrato vivo do diálogo entre colônia e mundo andino: sobre os antigos palácios incas erguem-se hoje igrejas barrocas, como a Catedral, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O Hilario Mendivil Museum, uma galeria/ateliê que homenageia o legado artístico da família Mendivil, ostenta esculturas em madeira. Durante uma parada para descansar da caminhada, recomendamos também o Florencia y Fortunata Café, uma cafeteria especializada onde todos, dos produtores aos baristas, são mulheres.

Como chegar: Você pode explorar o centro de Cusco à pé. É possível também contratar um traslado com guia para uma experiência mais completa.

O Florencia y Fortunata serve uma curadoria de cafés de produras locais. | Florencia y Fortunata (Reprodução)

Dia 2 – City tour arqueológico

Qoricancha é o maior templo inca e impressiona pelas arcadas coloniais dominicanas sobrepostas às fundações milenares. | Foto: Vanessa Dias (Reprodução)

No segundo dia da viagem para Cusco, é hora de mergulhar em um tour arqueológico dentro e ao redor da cidade. Localizados em lados opostos da Plaza de Armas, Qoricancha e a Pedra dos Doze Ângulos são os primeiros contemplados pela visita. 

Qoricancha, sítio arqueológico famoso pelo templo solar revestido de ouro, impressiona por sua precisão construtiva. E na Pedra dos Doze Ângulos, a perfeição construtiva também não deixa de emocionar.

Saindo da cidade, o segundo sítio a visitar é Sacsayhuaman, um complexo arqueológico que se localiza nas colinas logo acima do centro da cidade. Dentro do city tour arqueológico por Cusco você também conhecerá outros sítios como Q’enqo, Pukapukara e Tambomachay

Como chegar: Recomendamos que contrate uma serviços profissionais para o citytour, uma vez que o deslocamento entre os sítios não é tão facilitado.

Dia 3 – Vale Sagrado

O sítio arqueológico de Chinchero é notável pelos terraços agrícolas. | Foto: Dodo Didi (Reprodução)

O terceiro dia da viagem para Cusco é dedicado ao Vale Sagrado. A primeira cidade do roteiro é Chinchero, que foi construída sobre um assentamento inca, e lá você pode ver facilmente a fusão entre a arquitetura moderna, colonial e inca.

Enquanto Chinchero oferece um ambiente mais rural, Ollantaytambo é uma das poucas cidades inca que ainda é habitada, com ruas e canais originais. 

Por sua vez, Pisac tem duas áreas distintas: a cidade colonial moderna e o sítio arqueológico, que demonstra a engenharia e o planejamento inca.

Como chegar: deixo aqui uma dica de passeio com guia pela região do Vale Sagrado.

O sítio arqueológico de Ollantaytambo é conhecido pela enorme fortaleza militar inca no topo de uma colina íngreme. | Foto: Lilly (Reprodução)

Dia 4 – Machu Picchu

Encerrar em Machu Picchu, santuário mais icônico, é fechar com chave de ouro a exploração pela magnitude inca. A integração entre arquitetura e paisagem, nos templos, terraços e escadarias que emergem da montanha, é uma experiência transformadora. 

Para chegar no paraíso inca, você vai de trem de Ollantaytambo até Águas Calientes,. Lá, antes de ir a Machu Picchu, você não pode deixar de visitar a Arte Joyeria Rumi Wasi, uma joalheria artesanal familiar.

Recomendamos, depois de voltar de Águas Calientes para Ollantaytambo, participar da Pachamama, no Joy & Bunnies, uma experiência culinária tradicional peruana. 

Como chegar: por aqui você consegue esse passeio com o ticket do trem e guia profissional acompanhando o percurso.

A Pachamanca consiste em carnes e tubérculos cozidos no forno de terra com pedras quentes, num processo que celebra a Pachamama (Mãe Terra). | Foto: Tripadvisor (Reprodução)

Apresentamos um roteiro por Cusco de 4 dias, suficiente para uma primeira viagem para Cusco. No entanto, estender a estadia por mais um dia é abrir espaço para viver a cidade em ritmo local.

Roteiro de 5 dias em Cusco

Dia 5 – San Blas, mercados e galerias de arte

O espaço da Xapiri Ground tem uma decoração rústica que reflete a riqueza do artesanato da região. | Foto: Tripadvisor (Reprodução)

Nossa sugestão para o quinto dia de sua viagem para Cusco é explorar um pouco mais o bairro San Blas. No tour por San Blas, visite a Xapiri Ground, uma “casa de arte” que homenageia e apoia as artes das comunidades amazônicas. 

Já o Museo del Maestro Maximo Laura, expõe o que, à distância, parecem pinturas super coloridas. No entanto, se trata do ateliê e galeria do famoso artesão de tapeçarias.

Não deixe de passar pelos mirantes panorâmicos de San Blas, inspiradores para a viajante que quer contemplar arte e respirar história.

O Museo del Maestro Maximo Laura, conta com exposições de diferentes obras do Mestre que exploram a Amazônia, suas culturas, lendas, histórias e espiritualidade. | Foto: Fer P (Reprodução)

Como chegar: o bairro de San Blas era a residência dos nobres incas e por isso existem por lá tantos edifícios fora do comum. Por aqui você descobre como fazer uma excursão a pé pelo bairro e conhece cada um desses cantos.

Roteiro de 7 dias — Imersão entre natureza, cultura e arquitetura

Dia 6 – Valle Sur (Oropesa, Tipón e Huasao)

O sítio arqueológico de Tipón se destaca pela engenharia precisa de seus canais de irrigação. | Foto: Luca T (Reprodução)

Para o sexto dia de sua viagem para Cusco, recomendamos explorar a província vizinha a Cusco, Quispicanchi. Localizada no Vale Sul, são dois distritos principais, que podem ser visitados nos mesmo dia: Oropesa e Huasao. Saia de Cusco, de ônibus ou táxi,  pela Avenida La Cultura até Huasao.

Lá você seguir por rotas rurais cercadas pela natureza até o distrito vizinho, Oropesa, onde está Tipón. Também chamado de Templo da Água, é famoso pela inteligente engenharia de seus canais de irrigação. 

Dica para aventureiras: Em Oropesa, um dos passeios mais emocionantes é o de rafting com tirolesa no rio Vilcanota.

Dia 7 – Laguna de Humantay

Para fechar a viagem com chave-de-ouro, a trilha até a Laguna Humantay culmina num espelho d’água turquesa, alimentado por uma geleira que desce da montanha Humantay. Realmente parece uma pintura viva em 4 200 m de altitude. A jornada exige preparo físico e aclimatação. Para a mulher viajante, é um rito de descoberta íntima e desafiador.

Como chegar: esse passeio pode ser mais desafiador, por isso recomendamos que você faça uma excurção guiada pela Laguna Humantay. É tanto uma garantia de segurança quanto a de que você vai mergulhar nas melhores experiências locais.

Onde ficar em Cusco: hotéis que unem arquitetura e sustentabilidade

Belmond Monasterio

O Belmond Monastério é um refúgio que une história inca e sofisticação contemporânea no coração de Cusco. | Foto: Belmond Monastério (Reprodução)

Instalado num antigo seminário jesuíta do século XVII sobre fundações incas, o Belmond Monastério conserva afrescos da escola cusqueña (pinturas coloniais que contam a história da fusão entre a cultura andina e a espanhola). O  El Tupay, restaurante do hotel, serve gastronomia andina elegante ao redor de pinturas barrocas e artefatos históricos.

Endereço: Nazarenas 337, Cusco.
Preços:
A partir de US$ 505,64* [diária, casal]
Acessibilidade:
Oferece instalações adaptadas para cadeirantes.

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Belmond Palácio Nazarenas

No Palacio Nazarenas o luxo que respira junto à memória das pedras. | Foto: Palácio Nazarenas Belmond (Reprodução)

O Belmond Palácio Nazarenas foi construído sobre os muros de um antigo palácio e convento, que por sua vez foram erguidos sobre fundações incas — um encontro de eras. Algumas suítes preservam alvenaria inca original e o design integra memória e modernidade com um spa e piscina ao ar livre.

Endereço: Nazarenas 223, Cusco.
Preços:
A partir de US$ 1147* [diária, casal]
Acessibilidade:
Oferece instalações adaptadas para cadeirantes.

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Belmond Hiram Bingham

Evocando o charme do velho mundo, o Hiram Bingham é uma experiência exclusiva da companhia Belmond. Viaje pelas montanhas peruanas numa atmosfera de luxo a la 1920: os interiores do trem são elegantes com seus painéis de madeira e acabamentos em latão. Durante a viagem Cusco-Machu Picchu saboreie os clássicos locais, assistindo apresentações de dança enquanto músicos tocam no vagão-bar.

Onde fica: Calle Roldan s/n, Distrito de Poroy, Cusco.

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El Convento (JW Mariott)

Entre arcos de pedra e linhas contemporâneas, no JW Mariott o tempo se dissolve em conforto silencioso. | Foto: JW Mariott (Reprodução)

O hotel JW também era um convento colonial. Por isso, combina o refinamento da arquitetura colonial com a praticidade contemporânea. Arcos delicados, grandes pátios silenciosos e corredores de pedra dão lugar a lounges iluminados e suítes com interiores decorados com móveis vintage. O Nina Soncco Lounge, serve culinária peruana descomplicada, já o Qespi Bar e Restaurante transpira elegância clássica.

Endereço: Esquina de la Ruinas 432, Cusco.
Preços:
A partir de US$ 334* [diária, casal]
Acessibilidade:
Oferece instalações adaptadas para cadeirantes.

Por aqui, você reserva seu espaço no Hotel JW em poucos cliques e com desconto.

Palácio del Inka

No Palácio del Inka o luxo ecoa nas paredes que guardam memórias coloniais e incas. | Foto: Palácio del Inka (Reprodução)

Instalado num edifício restaurado com mais de cinco séculos, o Palacio del Inka também preserva a arquitetura colonial refinada comum das construções do Centro Histórico de Cusco. Os detalhes incas são mais sutis e aparecem nos murais e talhas que pontuam as áreas comuns. A mensagem é clara: o luxo como continuador de tradições arquitetônicas peruanas.

Endereço: Santo Domingo 259, Cusco.
Preços: A partir de US$ 420* [diária, casal]
Acessibilidade: Andares superiores são acessíveis por elevador.

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Inkaterra La Casona

O Inkaterra La Casona o passado se preserva em texturas e cada detalhe compõe a experiência de pertencimento. | Foto: Inkaterra La Casona (Reprodução)

O Inkaterra é um hotel boutique que combina design sustentável com práticas construtivas locais. O projeto arquitetônico de Denise Guislain procurou combinar elementos históricos e naturais para criar uma estética autêntica e ecologicamente atraente. Suítes íntimas com lareira e piso aquecido transmitem acolhida. A filosofia Inkaterra inclui arquitetura sustentável, atenção artesanal e conservação cultural como essência da experiência.

Endereço: Nazarenas 211, Cusco.
Preços: A partir de US$ 436* [diária, casal]
Acessibilidade:
Acesso para cadeirantes nas áreas comuns e públicas.

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Onde comer em Cusco: o melhor da gastronomia cusquena

Chicha Gastón Acurio

O Chicha reinventa os sabores ancestrais de Cusco e revive memórias acolhedoras. | Foto: Chicha Gastón Acurio (Reprodução)

O restaurante comandado por Gastón Acurio, chef de renome mundial, serve comida peruana refinada sem perder a essência local. Não deixe de experimentar a Chicha, uma bebida inca fermentada a base de milho.

Onde fica: Plaza Regocijo 261, Cusco.
Site: www.chicha.com.pe/
Faixa de preço: $$$$
Acessibilidade: Não possui instalações específicas para cadeirantes.

Inka Grill

O Inka Grill é um abraço contemporâneo à culinária andina. | Foto: Inka Grill (Reprodução)

Localizado em frente a Plaza das Armas, o Inka Grill serve comida peruana e internacional. Além de almoço e jantar, o restaurante também serve um elogiado café da manhã.

Onde fica: Portal de Panes 115, Cusco.
Site: www.inkagrill.pe/
Faixa de preço: $$$
Acessibilidade: É acessível para cadeirantes.

Limo

Num cenário colonial, no Limo a sofisticação japonesa encontra os ingredientes andinos. | Foto: Limo Restaurante (Reprodução)

Também localizado em frente a Plaza das Armas, o restaurante Limo oferece uma culinária marcada pela fusão Peru-Japão. Não deixe de experimentar os drinks diferenciados no bar lounge.

Onde fica: Portal de Carnes 236, Cusco.
Site: @limoperuanonikkei
Faixa de preço: $$$$
Acessibilidade: Não possui instalações específicas para cadeirantes.

MAP Café

No MAP Café tradição e minimalismo se encontram. | Foto: MAP Café (Reprodução)

O MAP Café está situado em um cubo de vidro no pátio da imponente Casa Caberá, hoje Museu de Arte Pré-Colombiana. O restaurante serve pratos preparados com ingredientes típicos da região que realçam os sabores clássicos da culinária peruana. A localização do restaurante, por si só, já vale a visita.


Onde fica: Nazarenas 231, Cusco
Site: @mapcafe_cusco
Faixa de preço: $$$$
Acessibilidade: Não é acessível para cadeirantes.

Cicciolina

Ao passar pela porta vermelha do Cicciolina você logo sente o aroma de café e pão fresco.

O restaurante é perfeito para uma taça de vinho e tapas (aperitivos) na área do bar. 

Onde fica: C. Palácio 110, Cusco.
Site: www.cicciolinacuzco.com
Faixa de preço: $$$$
Acessibilidade: É acessível para cadeirantes.

Cicciolina é um restaurante especializado em tapas, que inclui massas e carnes, e vinhos. | Foto: Cicciolina (Reprodução)

Uma viagem para Cusco é mais do que visitar ruínas ou colecionar fotografias: é caminhar por ruas onde cada pedra carrega um diálogo entre mundos.. Para a mulher viajante, é também um exercício de autonomia e contemplação estética. Cusco é uma experiência transformadora. Continue acompanhando o Dona Arquiteta para explorar destinos pelo Brasil e pelo mundo.

Leia mais:

referências

Sarah Borges

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