Vinho, arte e gastronomia sofisticada: a vinícola que se intitula o novo diamante da Chapada revoluciona a experiência de enoturismo na Chapada Diamantina, na Bahia. A região, já famosa por suas atrações que unem natureza e aventura, agora atrai também pelo enoturismo.
Uma pioneira na região é a vinícola Uvva, que oferece vinhos com complexidade de sabor e produzidos em escala reduzida. Com a área de cultivo ampliada para 52 hectares, a Uvva vai além, marcando território entre as vinícolas na Bahia: a marca une vinhos, arte e gastronomia para oferecer uma experiência de enoturismo exclusiva.
O turismo da Chapada Diamantina alcançou outro nível com a vinícola UVVA. A marca se destaca pelo seu projeto inovador que valoriza o terroir único da Bahia, que antes não era tradicionalmente associado à viticultura.
Mas como a UVVA se consolidou como destino turístico imersivo e exclusivo?
Projeto pensado por uma família de imigrantes, a vinícola UVVA cultiva nove variedades de uvas. Espalhados pelos 52 hectares de vinhedos, estão as Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Noir, Cabernet Franc, Syrah, Malbec, Merlot e Petit Verdot.
Utilizando a técnica de Dupla Poda, consiste em interromper propositalmente o ciclo natural da poda anual. Dessa forma, é possível realizar a colheita no inverno, momento mais propício para a maturação das uvas.
A UVVA é considerada um destino de enoturismo de alto padrão, a primeira vinícola comercial importante da Bahia. A meta de produção da vinícola é de 300 mil garrafas de vinhos finos por ano, o que a coloca como uma produtora de grande porte no cenário nacional também.
A escola do projeto é realmente impressionante. Localizada numa das áreas de maior altitude do Nordeste brasileiro, a Uvva conta com um complexo moderno, projetado para oferecer uma experiência realmente exclusiva. No pavimento turístico, agraciado com uma vista panorâmica para a Serra do Sincorá, inclui um wine bar, uma loja, e um restaurante de alta gastronomia, o Arenito, comandado por um chef renomado.
Uma combinação marcante: vinícola especializada, minimalismo integrado à paisagem e mobiliário de alto padrão. Uma experiência estética e funcional, de luxo. Essa é a proposta do projeto da vinícola Uvva, em Mucugê, na Chapada Diamantina.
A arquiteta responsável pelo desenho é Vanja Hertcert, especialista em arquitetura vinícola, que traz à UVVA cerca de 25 anos de carreira dedicados a esse universo. O edifício tem mais de 5.000 m² e está distribuído em quatro pavimentos: pavimento turístico, áreas de enologia, produção e uma cave subterrânea.
Linhas retas, iluminação natural, superfícies de vidro e materiais como concreto e madeira: são essas características que marcam a identidade arquitetônica de uma das mais proeminentes vinícolas na Bahia.
A aposta é na sobriedade. Todos esses elementos compõem o edifício, mas o quadro só fica completo pelas amplas fachadas que deixam o visitante enxergar parte dos vinhedos a partir do interior.
A ideia de arquitetura integrada também está no telhado verde, que além de ajudar na isolação térmica, camufla o edifício na paisagem. Sua presença é revelada aos poucos em meio à paisagem natural. No entanto, essa não é a única medida de sustentabilidade: a captação de água de chuva para irrigação de jardins reforça o componente sustentável do projeto.
A maneira como a edificação se posiciona sobre o terreno cria a sensação de que está “flutuando” entre os vinhedos, especialmente no pavimento inicial, com vistas panorâmicas da Serra do Sincorá.
Os pavimentos foram dispostos para seguir a lógica da produção pela gravidade: recepção, loja e restaurante ficam no andar de entrada (mais alto), descendo-se para laboratórios e enoturismo, depois à produção e engarrafamento, e por fim à cave subterrânea, onde o visitante pode ver parte do solo franco-argilo-arenoso da região.
Esse percurso arquitetônico também é narrativo: o visitante vai descendo “na história” do vinho, do cultivo ao laboratório, à maturação e, por fim, à contemplação da cave e do terroir.
O interior segue uma curadoria de peças brasileiras de alto padrão. O projeto de interiores é assinado pelo escritório GAM Arquitetos, que selecionou mobiliário assinado por Sérgio Rodrigues, Jader Almeida, Arthur Casas e Carlos Motta.
Essas peças funcionam como contraponto ao austero do concreto, vidro e estrutura: oferecem conforto, calor humano e brasilidade. Elas aparecem na loja, no restaurante Arenito, nas áreas de degustação e descanso, sempre compondo com a luz natural, com texturas locais, e as cores neutras que destacam os materiais sem sobrecarregar visualmente.
Engana-se quem pensa que a vinícola Uvva, em Mucugê, é só destino para os amantes de vinho. Um prato cheio para os turistas interessados em arte, gastronomia e história local, esta é uma das vinícolas na Bahia que desenha uma narrativa cultural completa.
Apostando em uma cozinha autoral, André Chequer comanda o Arenito, restaurante da Vinícola Uvva. O chef mistura técnicas contemporâneas com ingredientes da própria região, onde cada prato conta a história da Chapada Diamantina. O menu é criado em total sintonia com os vinhos da casa e até com a arquitetura e o design que cercam o visitante.
Num aconchegante salão climatizado e confortável, o Arenito não só convida à experimentação dos sabores mais sofisticados, mas também à contemplação. O terraço aconchegante oferece vistas para os vinhedos e para a Serra do Sincorá. O ambiente convida a desacelerar. Sofisticado e acolhedor, todo local é pensado para integrar a natureza e a gastronomia de maneira orgânica e sofisticada.
O cardápio desta vinícola na Bahia homenageia os sabores do terroir da Chapada Diamantina. A união do contemporâneo com o tradicional se materializa no nhoque de mandioquinha com camarão crocante ou no ravióli recheado com cinco queijos regionais, por exemplo. Sem fugir à regra, as sobremesas são produzidas com as próprias uvas cultivadas na vinícola e frutas vermelhas típicas da região.
Dentro da Uvva há uma galeria na cave subterrânea, adaptada para exibir a exposição “O Tempo Espelhado”, do artista baiano Marcos Zacariades. O crítico e curador Paulo Herkenhoff se envolveu de maneira profunda com essa mostra, destacando o rigor formal, além do vigor intelectual e político das obras. Herkenhoff ficou tão impactado que está preparando um livro sobre a exposição.
A exposição reúne cerca de 20 obras, entre esculturas, instalações, vídeos e montagens, produzidas nas últimas décadas pelo artista. Algumas peças têm mais de quatro metros. Entre as obras destacadas: “O Banquete de Migalhas e os Comensais da Própria Carne”, feita com restos de madeira de florestas afetadas por incêndios e desmatamento.
A Uvva é uma vinícola na Bahia que aposta totalmente no que a terra da Chapada Diamantina oferece. O menu tem história e conceito — além de sabor — através do uso de ingredientes locais. Isso é, mais do que uma integração de caráter estético, respeito ao entorno.
Na galeria subterrânea, o “Movimento Etérico”, um painel luminoso com centenas de fotografias que fazem referência ao ritual do Terno das Almas, trazendo todo simbolismo enraizado na cultura da Bahia. Inspirada em uma manifestação tradicional baiana, a peça faz uso de matérias-primas naturais.
Para completar, a localização da UVVA oferece uma vista espetacular: há no restaurante e nos mirantes da vinícola uma paisagem com extensão de cerca de 80 km da Serra do Sincorá. Essa vista não é apenas decorativa — ela entra no cenário da experiência turística, servindo como pano de fundo para refeições, para contemplação, para o contato com o céu e com a luz variada da região, valorizando cada momento que une arte, gastronomia e natureza.
A Uvva, vinícola na Bahia, oferece alguns tours que podem ser escolhidos conforme o objetivo do viajante. A Imersão Vindima (que no momento está sem agenda para 2025) dura aproximadamente 9h30. O tour começa com uma aula sobre vitivinicultura, passa pelas plantações e etapas iniciais e se encerra com um almoço em meio aos vinhedos.
Já a Experiência UVVA é um tour completo de 1h30min e degustação por meia hora. Essa experiência custa R$ 310,00 por pessoa. O Entusiasta Sincorá é uma experiência mais curta: tour de 30min + degustação, ficando por R$ 220,00 por pessoa. A visitação sem o tour fica por R$ 160,00 por pessoa.
A Bahia está despontando como uma nova referência na vitivinicultura brasileira e é perfeitamente possível montar um roteiro enológico interessante, começando por Mucugê, com a UVVA, e estendendo-se a outras vinícolas em Morro do Chapéu, Bahia. Se você ama vinho, paisagem, cultura e história, essa viagem pode ser muito rica.
Em Morro do Chapéu, por exemplo, já há várias vinícolas abertas para visitação: vinícola Reconvexo, Vinícola Santa Maria, Vinícola Vaz, Vinhas do Morro. Cada uma com seu charme e terroir, clima propício para uvas finas e estrutura para receber visitantes com degustações, lojas e paisagens naturais incríveis.
Se esse tema te interessa, deixe um comentário aqui! Se houver bastante interesse, vamos preparar um conteúdo dedicado só a esse roteiro de vinícolas baianas — com roteiros, dicas práticas, hospedagem e tudo o que você precisa.
Em Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia.
Tintos como Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Malbec e espumantes.
Sim, recebe visitantes com experiências guiadas e degustações.
O valor varia entre R$310 e R$160; consulte a programação atual no site oficial.
A arquiteta Vanja Hertcert, especialista em arquitetura vinícola.
Sim, na cave subterrânea há exposições curadas por Paulo Herkenhoff.
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referências
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