Lecce, Itália: por que criativos estão de olho nesta cidade barroca
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Lecce, Itália: por que criativos estão de olho nesta cidade barroca

Escrito por Sarah Borges | Publicado em:
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Conheça este charmoso destino italiano que foge da saturação turística e entrega muitas experiências em arte e design.

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Chegar a Lecce, Itália, é ser atravessado por algo difícil de nomear. Há uma quebra de expectativa logo de cara: a luz é mais terrosa, o tempo parece mais lento e os prédios são esculpidos em pedra clara. Chamá-la de “Florença do Sul” ajuda a situar, mas o barroco leccese não copia ninguém: ergue-se com autoridade, como quem sabe que beleza também pode ser maximalista.

É nesse cenário de contrastes vívidos — entre o barroco e a arte italiana contemporânea — que artistas e designers têm chegado em busca de inspiração. Mais acessível do que outras cidades italianas, Lecce oferece estrutura sem saturação. A oferta de espaços criativos e a presença de ateliês tornam a cidade uma alternativa concreta a centros maiores. Para quem procura o que fazer e onde ficar em Lecce neste post, resumimos tudo para você.

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Primeiras Impressões: O básico sobre Lecce, na Itália

Lecce Itália
Na Piazza Sant’Oronzo o passado romano divide espaço com cafés modernos e lojas de arte. | Foto: Angelam T (Reprodução)

Primeiro vem a luz mais baixa, mais quente, mais próxima da pele. Depois, uma vontade de tocar as paredes. Parece exagero, mas Lecce não começa pelos olhos: começa pelas sensações de que tudo lá foi feito com tempo e com atenção aos detalhes. Tem algo no ar, talvez o cheiro de pedra antiga misturado ao café recém passado, que deixa tudo meio suspenso. Lecce, na Itália, faz você andar mais devagar, como quem precisa decifrar.

Dá para ir de carro para quase todo lugar na cidade. Uma estrada leva ao mar, outra atravessa oliveiras até alguma vila branca. Lecce não é o centro, mas tudo gira em torno dela sem precisar de pressa. Lecce fica no sul da Itália, entre os mares Adriático e Jônico, com acesso fácil a partir de Bari e Brindisi, seja de carro, ônibus ou trem.

Chamar Lecce de “Florença do Sul” é pouco. A comparação serve para localizar no mapa mental de quem nunca foi, mas não dá conta do que se sente andando ali. A luz, o sotaque, o ritmo, a comida que sai do forno e do balcão, o exagero das fachadas e o que se escava sob elas: Lecce mostra mais do que o apelido emprestado dá a entender. Ela sustenta a própria força. 

Lecce não segue os padrões de Roma ou Florença. O barroco não impressiona pelo tamanho, mas pela quantidade de detalhes. A pedra usada nas construções é especial: quando retirada da pedreira, é mole e fácil de esculpir. Depois, com o tempo, ela endurece. Por isso, os artesãos conseguiam fazer rostos, flores, animais e outros enfeites bem trabalhados nas fachadas. A cidade viveu uma fase de riqueza e influência da Igreja durante a Contrarreforma, e muita energia foi colocada na construção de igrejas

O barroco daqui não é só ornamento, não tenta agradar, impõe presença e feito para ser visto de perto. E entre uma mordida num pasticciotto um pequeno pastel individual, de formato oval, doce emblemático da confeitaria italiana — e um gole de café, você ouve sinos, cheira jasmim, se pergunta o que moveu tanta pedra e tanta mão. Lecce provoca curiosidade, desafia, envolve quem passa por ela.

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Lecce na Itália: barroco, sim — mas com identidade 

Barroco leccese: foco nos detalhes esculpidos em pedra leccese

Lecce Itália
De dia, a Piazza del Duomo impressiona pela luz refletida na pedra clara; à noite, a iluminação que destaca os detalhes barrocos. | Foto: Milton Kanno (Representação)

Lecce, na Itália, é muito bonita e quente. No centro histórico, quando o sol bate com força ao meio-dia, parece que tudo fica ainda mais claro. A luz intensa realça a cor da pedra usada nas construções — um calcário claro, típico da região — as paredes das construções quase cega de tão brancas. 

No centro, a Basílica de Santa Croce é provavelmente o prédio que mais chama atenção. A fachada é cheia de detalhes: animais, rosto, fruta e figuras mitológicas esculpidas misturadas num estilo carregado, comum ao barroco. Parece até que fizeram tudo de propósito para ninguém passar reto. 

Na mesma linha, a Piazza del Duomo impressiona pelo tamanho das construções ao redor — igreja, campanário, tudo enorme. Apesar do calor, o centro histórico é bem servido de sombras, com pequenas ruas estreitas que conectam praças e igrejas. Tudo pode ser percorrido a pé.

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Como Lecce se diferencia de cidades como Nardò, Ostuni e até Palermo? 

Enquanto Lecce parece esculpida à mão, como se cada fachada fosse uma declaração de orgulho barroco, numa unidade que impressiona, Nardò tem sua própria beleza. Sim, a Piazza Salandra impressiona, a Catedral guarda surpresas góticas, mas a escala é outra. Você anda três ruas e já não tem mais certeza se continua no barroco ou se já foi. 

Ostuni parece outro país. É branca e toda dobrada. Parece que veio da Grécia de barco. Já sua Catedral até tem algo gótico, mas o barroco ali é detalhe de canto, não ocupa espaço. Palermo, por outro lado, mistura tudo. Tem mosaico árabe, igreja normanda, prédio do século XIX e vitral art nouveau, tudo na mesma quadra. Lecce não confunde. Lecce é uma ideia só, levada ao máximo. 

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Por que Lecce, na Itália, é o destino perfeito para criativos?

Lecce, aos poucos, vem conquistando artistas em busca de algo além do óbvio. Tem gente que chama a cidade de “museu a céu aberto”, e com razão. Mas o que a torna especial vai além da beleza barroca espalhada pelas fachadas douradas. Lecce é um terreno fértil para quem cria.

Há também uma questão prática que não deve ser subestimada. Ao contrário das metrópoles italianas mais famosas — e caras — Lecce oferece um custo de vida mais leve, o que pode fazer toda a diferença para quem precisa de fôlego (e espaço mental) para desenvolver um projeto. Soma-se a isso o ritmo desacelerado da Puglia, que convida ao mergulho criativo, sem pressa, sem ruído.

No fim das contas, Lecce não é só um bom lugar para ver arte. É um daqueles poucos lugares onde criar faz sentido. Onde história e invenção caminham lado a lado.

Onde ficar em Lecce, na Itália?

La Fiermontina

O La Fiermontina parece pequeno quando visto da rua, mas guarda espaços que surpreendem. Não é hotel de ostentação, e sim de escolhas. Um casarão do século XVII restaurado por um arquiteto local, Antonio Annicchiarico, onde se mantiveram tetos abobadados, paredes de pedra leccese, e se colocou arte com intenção — esculturas de Letourneur, móveis assinados, peças da família Fiermonte. 

É tudo muito controlado: iluminação, materiais, proporção. E, ao contrário de outros hotéis que apenas exibem obras, aqui elas pertencem. A piscina não tenta ser exótica, mas é eficaz contra o calor seco. Dá para sair a pé e em cinco minutos já está na Piazza Duomo.

Endereço: 38 Via Umberto I.
Preços: A partir de US$912* [diária, casal]
Acessibilidade: os quartos superiores são acessíveis a cadeirantes.
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Lecce, Itália, aparece aqui como uma cidade que vale ser observada com mais atenção por quem se interessa por arquitetura e quer entender como o passado barroco convive com uma produção contemporânea viva. Do Piazza del Duomo ao La Fiermontina, este texto mostrou como a materialidade da cidade acompanha um pensamento que mescla memória e presença.

Se você está planejando onde ficar em Lecce, este post foi um ponto de partida. Vale a pena continuar a leitura com outros posts sobre o sul da Itália — especialmente se cidades menores e bem projetadas estão no seu radar.

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referências

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