Museu de Arte
Endereço: Okazaki Enshoji-cho, nº 124 – Sakyo-ku – Kyoto – Japão.
Perfil do instagram: @kyotocitykyoceramuseum
Horários: de terça à domingo, das 10h às 18h
Você está no coração do Japão, em uma caminhada tranquila por Kyoto. Entre os prédios tradicionais, e as cerejeiras, uma construção se impõe no distrito de Okazaki. É um projeto eclético que mistura a arquitetura neoclássica, com suas janelas em fita, e técnicas vernaculares japonesas.
As colunas ritmadas, a aparência de frente alta e projetada, as laterais longas e mais baixas, remetem ao neoclássico. A parte inferior, rebaixada, com janelas em fita e paredes livres, parecem seguir à risca Le Corbusier. O telhado, tradicional, orna o topo da construção. A harmonia é perfeita.
Você está em frente ao Museu Municipal de Arte de Kyoto.
A união entre tradicional e moderno já vem do projeto original de Maeda Kenjiro, arquiteto japonês. Ele venceu o concurso para construção em 1928, por ocasião das cerimônias japonesas de coroação. Seu design é uma ode ao desejo de modernização japonês do princípio do século XX.
O museu, batizado de “Museu de Artes Memorial da Coroação de Kyoto”, assim permaneceu por anos, até que, em 1952, foi renomeado apenas como “Museu de Artes Municipal de Kyoto”. Desde então, trouxe inúmeras coleções em exposição, trazendo de clássicos franceses a artistas locais.
Obras famosas já passaram por seus corredores. Em 1964, a própria Vênus de Milo deixou os museus ocidentais para se expor nos corredores japoneses, atraindo público recorde. Em 1965, foi a vez do faraó egípcio Tutancâmon conhecer as terras japonesas. Ambos os eventos trouxeram público recorde.
Com seu aniversário de 80 anos, em 2014, iniciou-se uma longa fase de projetos para sua renovação. Entre os mais de 19 competidores pelo projeto, venceram Aoki Jun e Nishizawa Tezzo . Os dois arquitetos, com propostas inovadoras, trazem novo fôlego ao Kyocera, mas respeitando o projeto antigo.
Aoki Jun é um arquiteto de renome, famoso mundial mente, que já desenhou desde lojas da Louis Vutton e complexos expositivos em Tóquio a um luxoso complexo de compras em Shanghai, passando também pelo Museu de Arte de Aomori, no Japão.
Nishizawa Tezzo, por sua vez, também trabalhou no design do Museu de Arte de Hachinohe, em Aomori, e no desenho da loja de Sapporo da famosa marca de cosméticos e estilo de vida japonesa Shiro, além da renovação do salão de entrada do Museu Nacional de Arte de Tokyo.
A dupla entregou um projeto ainda mais moderno, com claras tendências de vanguarda, ao mesmo tempo em que conservou as estruturas tradicionais e parte da fachada original. A fusão entre o tradicional e o inovador é um tema recorrente na arquitetura do prédio. Não à toa, a arquitetura moderna japonesa é mundialmente reconhecida.
Dessa união, sai talvez um dos projetos mais delicadamente ambiciosos e ecléticos da arquitetura japonesa. O estilo da arquitetura imperial se mistura ao moderno, com uso de vidro, aço e texturas variadas. A construção se mistura ao relevo da região, que é carregada de identidade.
A renovação do museu é um atestado a essa percepção do arquiteto.
O nome atual, “Museu Municipal de Arte Kyocera de Kyoto”, é fruto de uma estratégia de financiamento particular utilizada pelo museu, a fim de tirar o fardo de seus custos das costas da população . Os direitos do nome do museu foram oferecidos aos cuidados da iniciativa privada. No caso, adquiridos pela Kyocera Corporation.
Atualmente, a corporação atua em nível global em vários ramos e iniciativas que envolvem projetos culturais. A aquisição dos direitos aos nomes do museu valerá pelos próximos 50 anos.
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Além das exposições, o museu conta com um café bem equipado, apto a atender aos desejos gastronômicos de turistas e região. Fruto do mesmo projeto eclético que caracteriza o museu, o cardápio do café mescla técnicas tradicionais de Kyoto a café torrado na hora e bebidas artesanais.
Fora o café, o museu também conta com uma loja pronta para receber aqueles que querem levar um pedacinho do lugar para casa. A loja oferece vários produtos únicos, itens tradicionais da cultura de Kyoto, livros de arte e doces típicos japoneses.
Nos fundos do museu, um tradicional jardim japonês oferece uma experiência sensorial única aos visitantes . Com várias espécies nativas, traz uma explosão de cor e sensações que desperta a sensibilidade do visitante. O corpo d’água, frequente nos jardins desta cultura, surge na forma de um grande lago. O recurso contribui na umidade e controle térmico.
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Entre as galeras, encontramos exposições de inúmeros artistas nacionais. Há pinturas a óleo, exímios trabalhos de carpintaria a e telas de papel com pigmentos tradicionais. A coleção é invejável e extraordinária.
O museu Kyocera oferece aos seus visitantes, através das exposições e de sua própria arquitetura, um encontro entre a tradição japonesa e o cenário artístico internacional.
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referências
*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.
museu, site
Autor Fernando França
Formado em Gestão Empresarial, apaixonado por Design, escritor por vocação. Fernando tem mais de 7 anos de experiência gerenciando e desenvolvendo negócios na área de Gastronomia. Eterno pesquisador de tendências, devora informações sobre projetos que unem estética, função, empatia e sustentabilidade. Veio ao projeto Dona Arquiteta para contribuir com o que pode haver de melhor sobre o assunto.
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