Viagem para Amazônia: como planejar uma jornada pela floresta
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Viagem para Amazônia: como planejar uma jornada pela floresta

Escrito por Sarah Borges | Publicado em:
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Imagino que você já saiba que uma viagem para a Amazônia vai muito além de um roteiro comum, certo? O cenário natural exuberante, com sua fauna e flora, instintivamente convida à pausa e ao descanso. Há algo na floresta amazônica que reorganiza o ritmo interno de quem chega. 

No entanto, só nos últimos anos, o potencial aprendizado sobre etnoturismo comunitário vem posicionando a floresta amazônica como um lugar de experiências que desafiam percepções convencionais. Nesse post, faremos uma imersão no que a força regeneradora da floresta e como ela nos convida ao reencontro com o essencial.

Planejando sua viagem para Amazônia

Quando ir?

A imagem mostra uma pessoa em um barco verde navegando em um rio com água marrom. O barco é pequeno e parece ser feito de madeira ou material similar. A pessoa está sentada no barco, usando uma camisa rosa. A cena é tranquila e parece ser uma área natural, na Amazônia.
Remar em silêncio pelas águas calmas é mais do que deslocamento. No Juma Lodge, esse contato íntimo com a floresta redefine o que se entende por presença. | Foto: Juma Lodge (Reprodução)

Por se tratar de um destino ainda pouco explorado no Brasil (por incrível que pareça!), a maioria não saberia dizer qual a melhor época para uma viagem para a Amazônia. Fato é que a floresta amazônica é um destino incrível o ano todo. E a escolha do período da sua viagem depende mais do que tipo de experiência que você busca.

Entre janeiro e março, é o início do período das cheias, o que significa que você pode encontrar praias de rios e algumas trilhas, mas a precipitação da chuva vai transformando essa paisagem. Isso porque, de abril a junho, grandes áreas da floresta são inundadas, criando os chamados igapós (florestas alagadas). Se você quer navegar de canoa por florestas alagadas, ver aves nas copas das árvores e fotografar cenários incomuns, testemunhar a Amazônia em sua versão mais “líquida” é a melhor opção.

Já entre julho e setembro, as chuvas diminuem e as águas recuam gradativamente, revelando bancos de areia, praias de água doce e a fauna e flora toda exibida, dando boas-vindas às temperaturas mais altas. E por último, de outubro a dezembro, os rios chegam a níveis baixíssimos. Com o chão da floresta acessível, é a melhor época para explorar as trilhas e ter um contato mais direto com a biodiversidade terrestre.

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Cuidados médicos e o que levar

A vacinação é a sua primeira e mais importante defesa. A vacina de febre-amarela é obrigatória e deve ser tomada dez dias antes de viajar. Além disso, certifique-se de estar em dia com as vacinas de hepatite A e B. Uma consulta médica anterior à partida também é importante. Assim, seu médico pode lhe dar orientações preventivas contra malária.

Para uma viagem de aventura, aconselha-se a não acumular muita bagagem (tudo que você não quer é uma mala pesada te atrasando). No entanto, uma viagem para a Amazônia requer uma mala completa. Quanto ao guarda-roupa, prefira roupas que cubram todo o corpo e em tecidos respiráveis. Não esqueça de chapéus, capa de chuva, bota para caminhada e uma bolsa impermeável. Protetor solar, repelente e álcool em gel são essenciais. Além disso, um kit de primeiros socorros com curativos, pinça, antialérgico, remédios para dor de cabeça e desconforto estomacal e uma pomada para irritações. 

Em muitos locais, você não encontrará farmácias e lojas para adquirir os itens por lá, então é importante levar de casa. É muito importante levar dinheiro em espécie: muitas vezes, em comunidades mais afastadas, é a única via de pagamento.

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Como escolher uma operadora de turismo?

Na viagem para a Amazônia, escolher operadores que praticam turismo consciente é essencial para garantir impacto positivo. Prefira operadoras reconhecidas por iniciativas alinhadas a prêmios que destacam empresas comprometidas com redução de impacto ambiental e apoio a comunidades. 

Dê prioridade àquelas que se integram a projetos de turismo comunitário em unidades de conservação, beneficiando diretamente os povos locais e fortalecendo a economia regional. Verifique se há parcerias com associações indígenas, como visto em experiências no Parque Nacional Pico da Neblina com o povo Yanomami, em que operadoras precisam atuar com representantes locais. 

Transporte sustentável, uso consciente de recursos e transparência sobre uso de renda completam a avaliação. Esse tipo de escolha constrói uma experiência autêntica, educacional e responsável que vai muito além da lógica do turismo convencional.

Como escolher uma hospedagem sustentável?

Viagem para Amazônia. A imagem mostra um barco do Ana Vilhanas Lodge navegando em um rio na Amazônia. O barco tem dois níveis com corrimãos de madeira e um convés superior aberto. O barco está cercado por uma paisagem verde exuberante e um céu azul claro.
Navegação pelo Rio Negro com o Anavilhanas Jungle Lodge: parte do trajeto entre as experiências é feito de barco, com vista para a floresta em diferentes horários do dia. | Anavilhanas Lodge (Reprodução)

Se você está planejando uma viagem para a Amazônia, vale pensar com carinho onde vai se hospedar.

Alguns hotéis não funcionam apenas como base para dormir ou tomar café, mas como parte fundamental da experiência. Em destinos de natureza, o lugar onde se dorme interfere (e muito) na forma como se vive o entorno. A floresta é intensa, estar num lugar que entende isso muda tudo. E por lá, existem acomodações que foram pensadas não só para receber, mas para regenerar.

Eles fazem isso na escolha dos materiais, na maneira como a arquitetura se adapta ao ambiente, mas também no tipo silêncio, nas práticas que envolvem o corpo e na relação construída com quem vive por perto. Alguns hotéis na Amazônia oferecem trilhas, sessões de massagem com óleos nativos, terapias com foco sensorial e experiências em comunidades locais que não se resumem à visitação.

O Juma Amazon Lodge é um desses lugares. Construído sobre palafitas, ele acompanha o ritmo dos rios, sem desrespeitar o terreno nem comprometer a vegetação. Tem usina solar, sistema próprio de tratamento de esgoto e reciclagem. A equipe é majoritariamente local e o funcionamento é pensado para causar o mínimo de impacto ambiental possível. Nada disso é mera promessa institucional, tudo ali foi testado ao longo dos anos e já rendeu, inclusive, o Prêmio ABETA de Sustentabilidade.

Outro destaque é o Anavilhanas Jungle Lodge. Ele tem certificação de Empresa B (bem rara entre hotéis brasileiros) e é signatário do Pacto Global da ONU. Mas mais do que títulos, o que chama atenção é como eles lidam com o entorno: compostagem, incentivo à agricultura agroecológica, energia solar, trilhas guiadas com foco sensorial e até sessões de massagem com ingredientes da floresta.

Se a ideia é viver uma experiência que envolva corpo inteiro — e não apenas a câmera do celular — esses dois lodges são uma aposta segura. E se quiser ver outras indicações que seguem essa mesma lógica, vale dar uma olhada neste post completo. Na dúvida, o que vale é buscar lugares que cuidam da floresta com a mesma delicadeza com que cuidam de quem chega.

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Experiência além do convencional

A imagem retrata uma cena serena de uma floresta amazônica densa com árvores altas e exuberantes. Um barco com pessoas é visto flutuando no rio Juma, cercado por vegetação luxuriante e árvores imponentes. O céu está parcialmente nublado, adicionando um toque dramático à cena.
Às margens do Juma Lodge, a imersão vai além da paisagem com visitas guiadas a uma sunaíma. | Foto: Juma Lodge (Reprodução)

Uma viagem para a Amazônia ganha outra camada de profundidade quando se transforma em rito de escuta, prática e troca com o ambiente e seus saberes. Mais do que paisagem, a floresta aparece como um campo ativo de experiências que expandem a noção de bem-estar e conexão. Nos dois lodges localizados no coração do ecossistema amazônico, o que se vivencia vai além do turismo, são formas sensíveis de estar presente.

A interação com comunidades ribeirinhas, indígenas e caboclas se dá de modo respeitoso e contextualizado: não se trata de observar o “outro”, mas de participar de instantes cotidianos e escutar narrativas transmitidas por quem vive e entende a floresta de dentro. Em algumas experiências, a troca acontece dentro das casas, com café coado e conversa despretensiosa; em outras, por meio de ensinamentos práticos, como o uso do arco e flecha, o reconhecimento de espécies medicinais ou a arte de pescar sem pressa.

Não dá para assistir à floresta como se fosse cenário. Ela se faz notar logo ao acordar, remando no rio sob a neblina, ou na trilha entre árvores centenárias — o silêncio ensina a desacelerar a mente. Acordar numa rede entre os troncos, colocar a mão na terra para plantar uma muda ou escalar um cedro antigo convocam a presença. A visita a uma sunaíma, ali perto, mostra como a natureza tem ritmo próprio. São momentos que não se esquecem: é o corpo descobrindo um idioma diferente, e a mente, aprendendo a escutar sem pressa.

A imagem mostra um passeio de canoa a remo pelo entorno do Anavilhanas Jungle Lodge, permitindo explorar igarapés e áreas de mata alagada com tranquilidade, sempre acompanhado de guias locais. A cena é cercada por uma exuberante vegetação e água calma. Viagem para a amazonia
O passeio de canoa a remo pelo entorno do Anavilhanas Jungle Lodge permite explorar igarapés e áreas de mata alagada com tranquilidade, sempre acompanhado de guias locais. | Foto: Anavilhanas Lodge(Reprodução)

Há também práticas de imersão sensorial que ativam os sentidos e provocam estados de presença: o contato com os botos no rio, o flutuar entre as águas escuras do igapó, o passeio noturno guiado apenas pela lanterna e os olhos atentos de quem conhece o território. A gastronomia acompanha esse mergulho, com refeições preparadas a partir de superalimentos locais e ingredientes da estação, respeitando os ciclos naturais e os saberes culinários da região.

Essa forma de viajar exige disponibilidade para escutar a floresta, as pessoas e o próprio corpo. Em troca, oferece vivências que não cabem em fotos. Muito além do convencional, trata-se de uma aprendizagem sensível sobre tempo, cuidado e pertencimento.

Duvidas comuns na hora de fazer as malas de uma viagem para a Amazônia

Como garantir que minha viagem para a Amazônia beneficie comunidades locais?

Escolha hospedagens comprometidas com práticas sustentáveis, que contratam moradores da região, ofereçam experiências culturais respeitosas e investem em projetos sociais e ambientais locais.

Qual a diferença entre ecoturismo e turismo regenerativo?

O ecoturismo busca reduzir impactos ambientais. Já o turismo regenerativo vai além: contribui ativamente para restaurar ecossistemas e fortalecer culturas locais.

Como se preparar mentalmente para uma imersão na Amazônia?

Adote uma postura de escuta e abertura. Esteja disposto a desconectar, lidar com o imprevisível e se envolver com ritmos mais lentos e naturais.

Quais certificações procurar em hotéis de selva?

Procure selos como Carbon Neutral, Travellife, Rainforest Alliance ou certificados de sustentabilidade reconhecidos por órgãos internacionais, ou locais.

Quais vacinas preciso tomar para ir para a Amazônia?

A principal recomendação é a vacina contra febre-amarela (aplicada ao menos 10 dias antes da viagem). Consulte um centro de saúde do viajante.

Que cuidados devo ter antes de viajar para a Amazônia?

Leve roupas leves e de manga comprida, repelente, protetor solar biodegradável, capa de chuva, lanterna e medicamentos pessoais. Informe-se sobre a previsão do tempo e cuidados com a saúde.

Qual a melhor estação ou época para visitar a Amazônia?

A Amazônia tem duas estações principais: cheia (fev.– jul.) e seca (ago.–jan.). Na cheia, a floresta fica alagada e ideal para passeios de canoa; na seca, é mais fácil fazer trilhas e ver praias de rio.

Existem hotéis na Amazônia dentro da selva?

Sim! O Juma Amazon Lodge e o Anavilhanas Jungle Lodge são dois exemplos premiados, localizados em meio à floresta e com propostas imersivas e sustentáveis.

Mais do que um destino, a Amazônia pode ser uma virada de chave. Uma pausa no barulho, um mergulho no que realmente importa. Se você sente que está na hora de desacelerar, se reconectar e se permitir curar de outro jeito — talvez a floresta esteja te chamando. E esse pode ser o seu momento de ouvir.

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referências

*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.

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