González
Endereço: Calle Pelayo, nº 68 — Justicia — Madrid — Espanha.
Perfil do instagram: @gonzalezygonzalezstore
Horários: de terça à sábado, das 11h às 14:30hs e das 17h às 20:30
MADRID, ESPANHA – Entremos em acordo: seus avós podem ter dificuldades imensas de atender ligações, assistir um vídeo no Youtube ou fazer uma mera fotografia pelas câmeras de um Smartphone. Mas é inegável que na casa deles você encontrará objetos que parecem durar uma vida toda e que parecem resolver cada pequeno problema do cotidiano com graça e simplicidade.
Essa aura que envolve objetos antigos – com seus tecidos naturais, metais batidos, cerâmica artesanal e madeira – trazem acolhimento ao ambiente, ao mesmo tempo que preservam um pedaço do passado.
Uma loja no centro de Madrid, na antiquíssima La Calle de Pelayo, resgata este sentimento através de uma cuidadosa curadoria de artesanato europeu. As palavras de hoje exaltam a Casa González & Gonzalez e seus objetos para o cotidiano.
Entre as principais estratégias que marcaram o combate à pandemia de coronavírus, o Lockdown se destacou na Europa. A paralisação completa, com fechamento da grande maioria das lojas e redução da circulação das pessoas, afetou e ainda afeta os pequenos estabelecimentos.
Pouco adaptados à venda pela internet – onde a concorrência é quase desleal com as promoções das grandes corporações –, estes lojistas valorizam o contato com as vitrines e com os produtos antes da compra. Logo, estiveram em completa desvantagem durante as paralisações e muitos fecharam.
A Casa Gonzalez & Gonzalez é um exemplo de resiliência. E defendem que as pequenas lojas permanecem importantes. Os argumentos não são poucos. O primeiro deles é mais óbvio, sendo o de que investir seu dinheiro nos pequenos negócios fortalece a economia local, ao invés de enviar o dinheiro para as sedes distantes de grandes redes varejistas.
Além desta primeira razão, os próximos argumentos nos permitem refletir sobre como a arte é sim um meio prático de gerar riquezas. É através das pequenas lojas, e suas peças feitas à mão, que os bairros mantêm sua singularidade. Enfrentam o abandono e o efeito de massificação estética. São os pequenos artesãos que dão identidade ao seu entorno.
A força da identidade cultural está no cerne tanto da preservação da história, quanto do potencial turístico de uma localidade. A história de uma região pode ser encontrada no artesanato através da escolha dos materiais, suas formas, cores e símbolos. E, através das mãos dos artesãos, os objetos ganham alma e valor intangível.
Esta loja, idealizada pelos amigos Javier e Maria Rosa, oferece justamente singularidade: a Casa González & González possui alma, oferecendo um fragmento dela em cada objeto.
Projetada por Javier Carrasco González, é cuidadosamente gerida ao lado de sua amiga de infância María Rosa Amor González. Se conheceram como vizinhos em Extremadura. A coincidência dos sobrenomes maternos é o que dá nome à loja, seguindo uma antiga tradição espanhola: a união do termo “Casa” ao sobrenome da família.
O projeto é resultado de uma união de mentes. Javier é Designer de Interiores e María Rosa é historiadora da arte. Ambos viajaram por diversos países ao redor da Espanha como Itália, Portugal e Reino Unido. No retorno à terra natal, decidiram compartilhar mais do que apenas um café. Trocaram experiências, ideias e percepções que formaram a base do que hoje é a Casa González & González.
Cada artigo à venda na loja conta, de alguma maneira, um pouco de antigas tradições artesãs.
Os dois prepararam uma curadoria cuja seleção de artefatos envolve objetos tradicionais do uso cotidiano. Estamos falando de xícaras, pratos, vassouras, colheres, cadernos, potes, velas e diversos outros que sobreviveram ao tempo com elegância. Os itens mais procurados na loja são os esmaltes tradicionais, sabonetes e pincéis. A maior parte deles tem origem em países europeus, porém há também itens vindos da Coréia e do Japão.
Maria e Javier destacam que os itens encontrados na Casa González & González não são sofisticados e bonitos apenas por serem. Todos eles vêm acompanhados de função. São itens que possuem grande importância no cotidiano e permaneceram atualizados em seus respectivos países.
Os produtos da loja seguem padrões de sustentabilidade, tanto pela sua forma de fabricação quanto pelos materiais utilizados. É algo natural quando se observa os valores por trás da seleção feita pelos dois. Na procura por artigos tradicionais, que sobrevivam ao tempo e resgatem memórias do passado, o resultado é a descoberta de formas de produção de tempos em que a industrialização não era dominante. São todos produtos feitos à mão.
Muito em voga nos discursos de bem-estar de hoje em dia, o “estar presente no momento” – também chamado de Mindfulness (atenção plena em inglês) – vem ganhando cada vez mais espaço nas composições de interiores. Os objetos com o qual interagimos tem o poder de nos sequestrar de pensamentos distantes e nos lançar de volta ao presente. Os objetos tradicionais, com seu charme e convite aos tempos mais simples, tem este poder.
Reside neste ponto chave o maior charme dos artigos encontrados na Casa González & González.
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No vasto catálogo da loja, podemos encontrar objetos muito tradicionais e bem categorizados:
A cuidadosa seleção de objetos na vitrine acompanha também o atravessar das estações. A sazonalidade da curadoria não apenas torna ainda mais especial a aquisição de um item (que poderá não estar mais disponível na próxima estação), como também garante que não serão deixados de lado. Cada artigo na loja se convida para fazer parte do nosso lar.
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referências
*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.
Site oficial da loja
Perfil da loja no instagram
The ShopKeepers
City Confidential
Autor: Fernando França
Formado em Gestão Empresarial, apaixonado por Design, escritor por vocação. Fernando tem mais de 7 anos de experiência gerenciando e desenvolvendo negócios na área de Gastronomia. Eterno pesquisador de tendências, devora informações sobre projetos que unem estética, função, empatia e sustentabilidade. Veio ao projeto Dona Arquiteta para contribuir com o que pode haver de melhor sobre o assunto.
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