Sorrento, Itália, é uma cidade que já inspirou poetas, lendas e viajantes ao longo dos séculos. Nela estão o Vesúvio ao fundo, o vai e vem de barcos na marina, os limoeiros antigos nos quintais altos. O tempo em Sorrento passa no ritmo dos sinos das igrejas. A cidade tem ruínas romanas, construções centenárias bem cuidadas e restaurantes que servem mozzarella fresca.
À primeira vista, Sorrento parece discreta. Diferente de suas vizinhas mais verticalizadas da Costa Amalfitana, entrega história e paisagens mais amplas.
Sorrento, na Itália, fica sobre penhascos de tufo vulcânico (a cinza que virou rocha). Com o Vesúvio à vista e a baía de Nápoles aos pés, Sorrento é lembrada pela produção artesanal de limoncello — bebida tradicional que algumas pessoas descrevem como “xarope de limão alcoólico”.
O que se vê nas ruas largas e praças abertas do centro é uma sobreposição de culturas, já que a cidade passou por mãos gregas, deixando marcas no planejamento urbano inicial, etruscas, com algumas das ruínas mais antigas da região, além de normandas, angevinas e aragonesas.
Diferentemente de outros lugares da Costa Amalfitana, Sorrento é mais horizontal, o que torna os deslocamentos menos cansativos. Além disso, a arquitetura da cidade também oferece outra vantagem: mais espaço para observar, já que as construções têm proporções generosas e as ruas revelam fachadas revestidas com estuque colorido, telhados terracota, varandas e sacadas.
Sorrento funciona bem como base para seguir viagem para Capri, Nápoles ou Ravello. Seja para quem procura conhecer outros municípios de Campânia ou para quem busca referências estéticas em um local mais tranquilo e aconchegante.
A Piazza Tasso é o coração de Sorrento. É onde todo mundo passa e vai e vem da cidade acontece. É ali que começa a Corso Italia — via principal da cidade — onde o comércio se estende em vitrines iluminadas e a arquitetura mistura barroco tardio e fachadas do século XIX, com construções mais recentes que mantêm o traçado original.
A oeste da praça, a Via San Cesareo é só para pedestres e concentra o comércio mais ativo. Um pouco escondida entre lojas e sorveterias está a igreja do Carmine, com interior que combina ornamentação dourada com afrescos do século XVII.
Na direção do mar, a Villa Comunale serve como parque e mirante. Árvores altas, bancos de pedra e vista para o Vesúvio tornam o lugar ideal para observar o fim do dia. Mais adiante, a Catedral de Sorrento revela camadas históricas: portas bizantinas, planta românica, pinturas barrocas e uma nave com arcos redondos.
Já o Sedile Dominova, com sua cúpula de cerâmica e afrescos do século XVIII, é cheio de memórias, espaço comum na cidade, onde senhores locais ainda jogam cartas enquanto turistas passam devagar.
Não dispensa aquele pôr-do-sol revigorante ou as tradicionais fotos? Em Sorrento, Itália, a vista da Terrazza delle Sirene tem cara de cartão postal: Golfo de Nápoles à frente, Vesúvio ao fundo e o movimento dos barcos no porto logo abaixo. Já a estrada para Massa Lubrense mostra partes da costa, com plantações de limão, oliveiras e o mar em contraste com a rocha.
No Centro Histórico de Sorrento, Itália, três lugares ajudam a entender o passado da cidade. O Arco di San Cesareo, sobrevivente da época romana, é um resquício das antigas muralhas romanas que protegiam a cidade de invasões costeiras.
O Museo Correale, localizado numa vila do século XVIII, possui 24 salas com arte sacra, retratos aristocráticos, porcelanas e artesanato local. A área externa do museu oferece um jardim planejado com citrus, gramados e bancos.
Já o Vallone dei Mulini foi formado por uma antiga erupção vulcânica. O vale abriga moinhos abandonados cobertos por uma vegetação densa.
A gastronomia ocupa lugar central em Sorrento — é uma cozinha de ingredientes de verdade e alto padrão. Não dá para falar da cidade sem pensar no sabor ácido e perfumado dos limões. O Limoncello, bebida tradicional da região, é feito com casca de “Sfusato Amalfitano”, álcool e açúcar. Era utilizado principalmente como digestivo após as refeições.
O azeite da Campânia também merece ser mencionado: denso, frutado e com leve picância — resultado das oliveiras antigas que crescem entre pedras e sol. E há os tomates. Doces, vivos, cultivados na terra vulcânica próxima ao Vesúvio. Em Sorrento, eles viram molho para duas receitas sem erro: a pasta alla sorrentina e o gnocchi alla sorrentina, ambas gratinadas, com mozzarella derretida e manjericão fresco.
A mozzarella di bufala, aliás, é patrimônio: firme por fora, cremosa por dentro, sempre fresca, pede apenas um fio de azeite e um pedaço de pão. Já os frutos-do-mar chegam às mesas com pratos à base de polvos, peixes e mariscos preparados com o mínimo de interferência. Restaurantes como o Bagni Delfino e o Terrace La Pergola são super recomendados.