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Tree Hotel
Endereço: Edeforsväg, nº 2 — Harads — Suécia.
Preço: a partir de US$ 697,12*
Reserve sua hospedagem com desconto aqui.

Tree Hotel, na Suécia – Imagine poder ver as luzes da aurora boreal do topo das árvores. No conforto de quartos projetados para desafiar a gravidade. Desenvolvidos por alguns dos arquitetos mais reconhecidos do mundo. Dentro de uma esfera com mais de trezentos ninhos de pássaros ou dentro de um cubo invisível, o Tree Hotel oferece uma das hospedagens mais curiosas da Suécia.

Biosphere, uma das acomodações do Tree Hotel | Foto cortesia BIG

ONDE FICA O TREE HOTEL?

O Tree Hotel é um dos hotéis mais famosos da Suécia, um país extremamente frio no norte da Europa. Devido à sua proximidade com o Pólo Sul, este país guarda entre suas honrarias a de ter dois dos melhores pontos do mundo para observar a aurora boreal. Ambos ficam na mesma região onde está instalado o Tree Hotel: a Lapônia Sueca.

A Lapônia ocupa cerca de um quarto do território da Suécia e fica ao norte do país, próxima da fronteira com a Finlândia e a Noruega. É conhecida no mundo inteiro pelas suas paisagens gélidas, facilmente identificada pelas coníferas com folhas pesadas de neve ou tundra. Aqui é frio o ano inteiro, alcançando temperaturas próximas de zero mesmo durante o verão.

A região é tão fria que outro grande – e curioso hotel – está instalado na região, o Icehotel. É simplesmente um hotel inteiro feito com gelo esculpido. A cada inverno sueco, o hotel é refeito para então descongelar e dar lugar ao design do próximo ano. E, a cada ano, novos arquitetos e designers são convidados para o projeto.

Aliás, design e arquitetura são palavras chaves na Suécia. O Design sueco contém inúmeros nomes famosos no mundo todo, entre eles: Carl Malmsten, Bruno Mathsson, Yngve Ekström, Bruno Mathsson, Studio Kinnekulle, Anna Lerinder, H&M e a própria rede Ikea.

Aurora Boreal vista no norte da Suécia | Fotografia de Alex Prykhodko

O Tree Hotel está instalado bem longe de Estocolmo – a capital sueca – e bem mais próximo do Circulo Polar Ártico. Mais especificamente, está a menos de 50 km de lá. Fica no município de Boden, do condado de Norrbotten, em um pequeno e pacato vilarejo chamado Harads.

O vilarejo tem apenas 600 habitantes e fica a 100 km do aeroporto mais próximo (no caso, do Aeroporto de Luleå). Nestas terras geladas, e de distante acesso, a única atração turística antes do Tree Hotel era uma igreja projetada pelo arquiteto sueco John Åkerlund. A chegada do Tree House chamou a atenção da pacata população do vilarejo. Viram com desconfiança – a princípio – o desenvolvimento daquelas curiosas casas nas árvores.

“Sentimos que colocamos a região da Lapônia sueca no mapa. Com o desenvolvimento local, enxergamos um número cada vez maior de jovens que querem retornar para cá após os estudos para trabalhar. As pessoas agora têm orgulho de viver em Harads e acreditam no futuro.”- Britta Lindvall, proprietária do hotel

A região da Lapônia, onde Harad se situa, é extremamente fria | Imagem de lutz6078

O PROJETO E CONCEITO DO TREE HOTEL

O projeto contempla oito construções, sendo apenas uma delas instaladas diretamente no solo. Foi um projeto modular e contou com a participação de diversos arquitetos. Sendo exceção o caso do arquiteto Bertil Harström, que desenvolveu dois módulos do projeto, cada um dos arquitetos convidados foi responsável por desenvolver livremente uma proposta de casa na árvore.

Os proprietários orgulham-se em afirmar que todos os países escandinavos estão representados no Tree House, já que há arquitetos de todos esses países envolvidos no projeto. A última acomodação, chamada de Biosphere, foi desenvolvida pela BIG – escritório de arquitetura do renomado arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels.

O The Bird’s Nest e sua forma de ninho de aves | Fotografia de Peter Lundström

A encomenda veio dos dois proprietários e moradores de Harads, Britta Jonsson e Kent Lindvall. Os dois haviam transformado um antigo asilo abandonado em uma pousada com restaurante. Essa pequena hospedaria existe até hoje e é um dos módulos do projeto, chamada de Guesthouse.

Pouco depois, a pousada serviu de base para as filmagens de um documentário chamado The Tree Lover. Nele, o cineasta Jonas Selberg – também morador da região – tratava da relação entre o homem e a floresta. Uma casa na árvore foi construída para a produção do filme e, após as gravações, tornou-se uma das acomodações da pousada.

O sucesso desta nova opção de hospedagem fez nascer uma ideia do que viriam a ser as novas opções de hospedagem, porém foi em uma pescaria com três amigos arquitetos que o projeto do Tree Hotel nasceu. Às margens do rio Volga, durante um jantar de acampamento, Kent propôs sua ideia central: cada um dos arquitetos desenvolveria uma casa de árvore, da sua maneira, e sem contato entre eles durante o processo.

Meses depois, Kent recebeu quatro desenhos completamente diferentes. Por entender pouco de hotelaria e menos ainda sobre design, ele deu aos arquitetos total autonomia na condução das construções, inclusive no desenvolvimento de seus interiores. Elas se tornariam as primeiras casas do projeto: a The Cabin, a The UFO, o Mirrorcube e a Bird’s Nest.

O Blue Cone, do Tree Hotel | Fotografia por Peter Lundström

Todos os módulos são quartos suspensos feitos de madeira ecológica, com o mínimo de química possível. Para garantir a sustentabilidade do projeto, os proprietários optaram por contratar empreiteiras eco e mão de obra da região. A intenção é não causar nenhum dano à floresta. Para tanto, nenhuma árvore do local foi derrubada ou danificada. Mesmo nos casos em que serviram de suporte para as estruturas.

O interior dos quartos segue a identidade do design nórdico. O minimalismo reina nos ambientes. Painéis de madeira clara revestem todos os cômodos, contrastando com objetos rústicos em tons de azul marinho, cinza e verde claro. A apreciação da floresta é amplificada com o uso de janelas amplas.

Interior do The Cabin | Fotografia por Peter Lundström

Além dos quartos suspensos entre as árvores, o Tree Hotel também possui uma cozinha compartilhada, um restaurante, spa, saunas particulares, observatórios, lounges e uma loja de conveniência. E funciona o ano inteiro. Como cada um dos espaços do hotel possui sua própria identidade.

BIRD´S NEST E UFO (NINHO DE PÁSSARO E ÓVNI)

Podem ser traduzidas como Ninho de Passarinho (Bird’s Nest) e Óvni (UFO). Foram desenvolvidas pelo arquiteto Bertil Harström do escritório de arquitetura Inredningsgruppen. Bertil é um arquiteto de interiores apaixonado pelo uso da madeira e das árvores em projetos.

O UFO é um grande disco voador instalado no meio da floresta, como se estivesse pousando para receber visitas através de sua longa e misteriosa escada. Seu interior é tão lúdico quando a fachada. Há uma cama de casal com lençol representando o céu noturno contrasta com sofás de intenso laranja e almofadas coloridas.

O outro projeto é igualmente curioso. Trata-se de um emaranhado de galhos, que dão forma a um enorme ninho de aves. O interior do Bird’s Nest é um pouco mais espaçoso e de cores mais sóbrias. Os tons da madeira clara são mantidos em todas as divisórias e objetos. Encontramos aqui uma cama de casal e duas camas de beliche.

“A individualidade dos diferentes quartos nas árvores é parte importante do sucesso do Treehotel. Como arquitetos, nós trabalhamos de maneira consciente e independente uns dos outros, para criar soluções próprias e únicas, sempre visando quartos amigos do ambiente, utilizáveis durante todo o ano. Escolhi a perspectiva de uma criança e criei um ninho de pássaro e um Disco Voador.” – Bertil Harström, arquiteto do projeto

O UFO | Fotografia por Peter Lundström

O DRAGONFLY

O nome do projeto significa, em inglês, Libélula. Esta pequena criatura foi certamente uma fonte de inspiração para o projeto, que suspende um quarto sobre as árvores. Foi obra do escritório Rintala Eggersson Architects, representada pelo finlandês Sami Rintala e pelo Islandês Dagur Eggertsson.

Os dois arquitetos focaram em procurar uma solução que utilizava as árvores como parte da arquitetura.

Quando criamos o Dragonfly, estávamos pensando em equilíbrio no ar usando materiais e cores que se comunicassem com a floresta ao redor. A vista era o principal. É ótimo poder alcançar as janelas até o chão sem perder a privacidade, no alto das árvores. – Rintala Eggertsson Architects

O Dragon Fly | Fotografia de Peter Lundström

O MIRRORCUBE

A obra é assinada pelos arquitetos Bolle Tham e Martin Videgård. Os dois arquitetos suecos já são conhecidos por terem sido os responsáveis pelo Concert Hall de Estocolmo e do celebrado Moderna Museet de Malmö.

Podendo ser traduzido como ‘Cubo de espelhos’, trata-se de uma acomodação quase invisível no meio da floresta. Refletindo tudo ao redor, se camufla perfeitamente aos olhos humanos, porém não das aves. Para evitar acidentes – geralmente fatais – o projeto fez uso de um material ultravioleta transparente que apenas as aves conseguem enxergar.

Tivemos uma jornada incrivelmente agradável, usando a dualidade da relação do homem com a natureza como ponto de partida e criando uma miragem abstrata. (…) É um dos nossos projetos de maior destaque e gerou vários sucessores, tanto no campo da arte quanto da arquitetura. Um exemplo claro de como a arquitetura, independentemente de sua escala, pode criar oportunidades e influenciar a contemporaneidade sociedade. – Tham & Videgård Arkitekter.

Mirrorcube | Fotografia por Peter Lundström

7TH ROOM

Podendo ser traduzido como o “Sétimo quarto”, é obra do escritório de arquitetura Snøhetta. O escritório conta com mais de 200 arquitetos, paisagistas, designers de interiores, de produtos e de designers gráficos. Estão presentes em mais de 30 países.

Gostaríamos que os visitantes sentissem que fazem parte da floresta , no alto entre as coroas de pinheiros, com uma vista majestosa dos arredores e as espetaculares luzes do norte. – Snøhetta

O 7th Door | Fotografia por Peter Lundström

BIOSPHERE

A “Biosfera” é, talvez, a mais ambiciosa das acomodações do Tree Hotel. Trata-se de um quarto que fica ao centro de uma esfera formada pelo conjunto de 350 ninhos de pássaros. São pequenas casas de pássaros de diferentes tamanhos para acomodar diferentes espécies de pássaros da região.

Para dar vida a este projeto, Kent e Brita receberam os arquitetos e designers da Bjarke Ingels Group. Para oferecer assistência e garantir que a Biosphere tivesse impacto positivo na biodiversidade de Harad, tiveram o apoio do ornitólogo Ulf Öhman.

Projetamos nossa adição ao Treehotel – o Biosphere – para criar uma experiência única para os hóspedes do hotel, que se inspira nas qualidades da floresta circundante e as absorve no interior. A resposta ecológica é o motor por trás da expressão arquitetônica, ajudando a criar um impacto ambiental positivo. – Bjarke Ingels Group.

O interior do Biosphere | Foto cortesia BIG

Todos os quartos do Tree Hotel são ecológicos, com decoração elegante, camas grandes e móveis modernos. Se a vista para a floresta ou a paisagem rural da propriedade não forem suficientes, há diversos outros atrativos presentes na região.

  • saunas privativas
  • banheira aquecida a lenha, instalada no meio da floresta e a céu aberto
  • safáris noturnos para encontrar pontos privilegiados para assistir a Aurora Boreal
  • passeios de trenós puxados por cães
  • pesca no gelo

As refeições do Tree Hotel podem ser feitas sem sair da propriedade. Há um jantar servido entre as árvores – especificamente a 10 metros do chão – com um cardápio regional. É possível consumir aqui diversos pratos à base de caça e ingredientes locais, como a carne de rena.

A carne de Caça e frutas colhidas à mão predominam na cozinha do restaurante do hotel | Fotografia por Yasin Bayol

COMO SE HOSPEDAR NO TREE HOTEL E DICAS

O Tree Hotel é muito procurado por turistas do mundo inteiro. Por isso pode ser difícil conseguir acomodações durante o inverno europeu – a estação predileta para visitar países como a Suécia.

Por isso recomendamos que você comece o planejamento da sua viagem em outubro, já realizando as reservas tanto dos quartos quanto dos passeios para ver a Aurora Boreal. As reservas podem ser realizadas clicando aqui, diretamente pelo Booking e os passeios pelo site do hotel.

Vista através do quarto do The Cabin | Fotografia por Peter Lundström

PARA QUEM É INDICADO O TREE HOTEL

O Tree Hotel cumpre o papel proposto pelos seus proprietários e idealizadores. O hotel inteiro foi planejado não apenas para evitar danificar a natureza circundante, mas principalmente para preservá-la, promovê-la e valorizá-la. São valores que permeiam toda a experiência de estadia no Tree Hotel.

Viagens para o norte da Europa, em especial no inverno, demandam um bom investimento. É o preço das paisagens incríveis que apenas esta estação e esta região podem oferecer. O Tree Hotel não foge a este padrão e oferece uma arquitetura única, assinada por arquitetos renomados

Se você procura uma experiência contemplativa única, tanto pela arte envolvida no projeto quanto pela sua imersão na floresta circundante – que inclui uma das melhores vistas da aurora boreal do planeta – o Tree House é indicado para você.

Vista de uma janela ampla do The Cabin | Fotografia por Peter Lundström

Agora se você está procurando uma experiência com arquitetura única e proposta sustentável, mas do outro lado do planeta e em temperaturas mais altas, recomendamos ler este artigo que fizemos sobre um dos hotéis da rede Zanier. Ele foi construído sobre enormes rochas no meio do deserto da Namíbia.

Leia mais:

referências

*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.


Autor: Fernando França

Formado em Gestão Empresarial, apaixonado por Design, escritor por vocação. Fernando tem mais de 7 anos de experiência gerenciando e desenvolvendo negócios na área de Gastronomia. Eterno pesquisador de tendências, devora informações sobre projetos que unem estética, função, empatia e sustentabilidade. Veio ao projeto Dona Arquiteta para contribuir com o que pode haver de melhor sobre o assunto.


Rayssa Cunha

Rayssa Cunha é uma estudante de Letras apaixonada por culturas, esportes e livros. Adora conhecer pontos turísticos e comidas típicas. Ama a língua portuguesa e escrever é sua paixão.

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