Com duas estrelas Michelin, o Steirereck, em Viena, é um dos melhores restaurantes da Áustria e tem destaque na gastronomia mundial.
Ele está na mesma propriedade desde 2005, no cenário arborizado do parque da cidade de Viena.
Em 2015, passou por uma grande reforma futurística e agora traz a sala de jantar serpenteando por pavilhões envidraçados sobre a paisagem.
Uma vez lá dentro, os clientes se deparam, por exemplo, com uma bela adega que vai do chão ao teto, além de uma cozinha aberta e diferentes compartimentos de jantar.
O interior respira luxo, com mesas muito espaçosas e uma arquitetura contemporânea, mas consegue ser convidativo na medida certa.
É um projeto incrível que merece ser comentado, sem sombra de dúvidas!
O projeto, da PPAG Architects, teve início a partir das mesas de jantar individuais.
Assim, o que costumava ser um terraço que levava a um parquinho infantil, virou um sistema intrincado de pavilhões ramificados, como dedos, a partir da disposição de cada mesa.
Os pavilhões são construídos com componentes individuais feitos de madeira industrial, proporcionando às mesas um fundo de proteção.
A proximidade com o parque é especialmente importante para os clientes. Assim, grandes janelas de guilhotina elétricas e a fachada de metal levemente refletiva que parece estar coberta de orvalho criam uma sensação de aproximação visual.
Isso resulta nos mais altos níveis de conforto acústico e térmico e, ao mesmo tempo, dá a sensação para os clientes de estarem sentados fora e também dentro do local (ao mesmo tempo!).
Nesse sentido, os pavilhões conduzem a pátios no mesmo nível, que se conectam ao parque por degraus de assentos que sinalizam tanto a imersão quanto, ao mesmo tempo, a fronteira.
Surpreendentemente, a arquitetura mimética dos pavilhões cria uma conexão com a arquitetura leve, frequentemente encontrada em parques.
Painéis metálicos curvos e parcialmente giratórios trazem o material das fachadas dos pavilhões para o espaço interno, criando salas de diferentes proporções e tamanhos.
O teto flutua sobre as cabeças dos convidados como um mapa de contorno horizontal, com as montanhas e vales fazendo desaparecer as vergas das janelas, transpondo, portanto, sem esforço, as diferentes posições e alturas dos elementos rotativos.
E peças contorcidas sem moldura, feitas inteiramente de vidro, são inseridas nos espaços onde a natureza permite. A combinação de elementos novos e existentes permite que o ambiente pareça, simultaneamente, antigo e novo.
Uma seção intermediária conecta as diferentes áreas e níveis e é atravessada por funcionários e convidados. O padrão algorítmico dos ladrilhos, que em nenhum momento é idêntico, lembra, portanto, uma cozinha, dando ao cliente a sensação de que ele também participa no funcionamento interno do restaurante.
Passando por armários de sementes e queijos, o percurso no porão leva aos banheiros, onde um mundo totalmente novo é revelado.
Sob os pavilhões existe uma generosa extensão da cozinha com pias, área de limpeza de panelas e frigideiras, bem como área de preparação de alimentos, confeitaria, lavabos, cozinha de laboratório e sala social, todas iluminadas apesar de sua localização.
Muitos elementos experimentais foram criados ao longo do processo, tanto em termos de construção quanto de armários: as mesas e o fogão na área de fumantes com suas câmaras de diferentes temperaturas visíveis por meio de bolhas de vidro, assim como o grande balcão de recepção na área de entrada criado a partir de uma mistura especial de madeira e material sintético, etc. Nestes elementos, foram utilizados materiais naturais e de alta tecnologia, bem como móveis novos e existentes.
Em síntese, em apenas dois anos, nasce um projeto que combina muitas áreas diferentes com uma extensão, para criar um edifício totalmente novo.
Grande parte das obras decorreram durante o funcionamento do restaurante, o que constituiu um desafio adicional para todos os envolvidos.
Heinz Reitbauer, proprietário do Steirereck, é um dos melhores embaixadores da culinária austríaca.
Isso porque lança no menu o melhor da cozinha tradicional e da nova culinária do país.
Sua forte identidade nacional e uso dedicado dos ingredientes mais importantes, combinados com experiências de mesa, incrível criatividade e um serviço cordial e impecável, fazem do restaurante parada obrigatória. Não à toa, é um dos melhores do mundo.
O resultado de tudo o que foi dito acima é algo novo, mas também aconchegante, que se funde com a paisagem e é, ao mesmo tempo, uma forte declaração arquitetônica.
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REFERÊNCIAS
Autora – Caroline Fakhouri
