Ace Hotel Quioto: Tradição e contemporaneidade
Japão | Quioto

Ace Hotel Quioto: Tradição e contemporaneidade

Escrito por Rayssa Cunha | Atualizado em:
Avalie esta matéria

Ace Hotel Quioto
Endereço: Kurumayachō, nº 245 — Nakagyo Ward — Quioto – Japão.
Preço: a partir de US$ 345,00*
Reserve sua hospedagem com desconto aqui.

O recém inaugurado Ace hotel Quioto, assinado pelo renomado arquiteto japonês Kenzo Kuma, une, harmoniosamente, dois universos: oriente e ocidente entrelaçam-se de maneira fluida, oferecendo, por fim, uma experiência instigante e contemplativa tanto aos hóspedes quanto à própria cidade.

Ace, Hotel, Kyoto, 2, Mr, Maurice
Foto: Yoshihiro Makino

A Ace Hotels, dos parceiros Alex Calderwood, Wade Weigel e Doug Herrick, fundada no ano de 1999, em Seattle, está hoje espalhada por diversas cidades do mundo, tendo como principal característica uma pegada dinâmica e artística.

Não por acaso, o primeiro hotel da rede norte-americana na Ásia teve em Quioto sua morada: a antiga capital imperial, repleta de santurários, templos e gueixas, é conhecida por sua reverência à cultura clássica japonesa, assim como pela concentração vibrante de artistas, designers, músicos, cineastas, poetas e jovens criadores.

Ace, Hotel, Kyoto, 3, Suíte
Foto: Yoshihiro Makino

Numa tradução dessa integração entre ancestralidade e modernidade, justamente tendo em vista uma “catalisação cultural”, Kuma, premiado doutor em arquitetura e professor da Universidade de Tóquio, junto ao estúdio de design Commune, criam o hotel a partir da releitura de um dos edifícios ocidentais mais antigos da cidade.

Viaje conectado - Chips recomendados para internet livre na Europa

Projetado por Tetsuro Yoshida – expressivo arquiteto moderno japonês, mestre do professor de Kuma – erguido em 1926 durante a reconstrução do pós-guerra, o antigo prédio Shin-Puh-Kan, originalmente abrigava a Companhia Telefônica Central de Quioto.

Reinaugurado em abril de 2020, o edifício desdobra-se, então, em dois braços: à fração histórica, de tijolos vermelhos, junta-se a extensão nova, ambas circundando o amplo saguão e jardim central, pulsão verde medular à obra. Contando com 213 quartos, 1 café, 3 restaurantes independentes e 1 espaço para eventos, todas as instalações seguem as diretrizes estéticas e funcionais de Kuma.

Ace, Hotel, Kyoto, 4, exterior
Foto: Yoshihiro Makino

Para o criador da Japan House em São Paulo, do museu V&A na Escócia, do estádio Olímpico de Tóquio, dentre muitos outros, as obras devem ser vivas, ter leveza nas formas e privilegiar o espaço, a luz natural, a circulação de ar e a transparência. É necessário que interajam intimamente com o ambiente, sempre objetivando soluções eco-sustentáveis.

Trata-se de uma arquitetura que visa aprofundar a experiência com a natureza a partir da ideia de “recuperá-la” e “reentregá-la” ao local, a fim de preservar a sensação de organicidade. Essa certa imaterialidade apela, segundo ele, para os nossos sentidos e ativa nossa busca instintiva por conforto e inspiração.

Ace, Hotel, Kyoto, 5, jardim
Foto: Yoshihiro Makino

Assim sendo, no Ace Hotel-Kyoto, há o uso ostensivo de materiais naturais como madeira (a preciosa hinoki, adotada em templos sagrados na arte milenar de encaixes), tecidos (feitos à mão), papel (washi), plantas e transparências (paredes envidraçadas) em perfeita harmonia com recursos digitais e tecnológicos de ponta.

É possível perceber-se a importância do chamado “entre-espaço”, ou seja, trechos de transição que passam a ser habitáveis e incentivam o movimento, bem como a relevância da amplitude de áreas internas comuns, que promovem o encontro: tudo sempre com o fundo verde de uma vegetação fabulosa.

Ace, Hotel, Kyoto, 9, Lobby
Foto: Yoshihiro Makino

A partir de uma paleta de cores neutra, a decoração é uma mescla entre a sofisticação dos estilos norte-americano e japonês, nas quais os detalhes fazem toda a diferença. O minimalismo aliado ao fornecimento operacional luxuoso oferece a hospitalidade de um ambiente descontraído, confortável e casual.

Ace hotel Quioto

Há 9 tipos de quarto, do Standard King ao Loft Suite, todos com uma vitrola retrô e uma seleção especial de LP’s escolhida a dedo. Foi interessante encontrar, na discografia, vários exemplares da música brasileira! Algumas acomodações têm uma proposta ocidental, com camas convencionais e outras trazem o estilo oriental, com tatami, tudo com destaque para a mobília em madeira, marca registrada de Kuma.

Ace, Hotel, Kyoto, 6, toillet
Foto: Yoshihiro Makino

Vale ressaltar o poder da criatividade: artes plásticas, artesanato, esculturas, quadros (como os do artista têxtil Samiro Yunoki) e até mesmo performances ou apresentações musicais são exibidas por toda parte, privilegiando-se criadores locais. Há, inclusive, um mural interativo no saguão, onde os hóspedes podem deixar mensagens em stickers que originam, ao final, uma obra de arte também!

Que tal um passeio com um guia só para você? Confira passeios incríveis a poucos cliques:

Ace, Hotel, Kyoto, 7, Vitrola
Cortesia Ace hotel Quioto. Foto: Yoshihiro Makino

Ao final, portanto, vive-se uma empolgante experiência de imersão que mistura, a todo instante, uma atmosfera de admiração à delicada, poética e precisa cultura nipônica, combinada a uma postura arrojada e contemporânea.

Ace, Hotel, Kyoto, Piopico, bar
Cortesia Ace hotel Quioto. Foto: Yoshihiro Makino

Segundo a própria rede de hotéis, a unidade de Quioto é uma carta de amor para a capital cultural do Japão, criada em diálogo honesto com suas lendas passadas e futuras. 

Ace hotel Quioto

Leia mais:

referências

*Atenção: Preços tomam como base a data de redação deste conteúdo. Podem sofrer alterações a qualquer momento e sem aviso prévio.


Autora Lilian Ferreira

Lilian Ferreira é formada em Letras pela USP. É redatora, tradutora, locutora e musicista. Literatura, história, arte e cultura são seus interesses de predileção, estampados com entusiasmo em seus textos.


Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Scroll to Top